quarta-feira, 17 de julho de 2013

Eu vi a estreia de Mané


Eu vi a estreia de Mané
            A tabela do campeonato carioca de 1953 marcava na 2ª rodada os seguintes jogos: Madureira e América, em Conselheiro Galvão; Portuguesa e Fluminense, em Campos Sales; Bangu e São Cristóvão, no Estádio Proletário; Vasco e Canto do Rio, em São Januário; Flamengo e Olaria, no Maracanã; e Botafogo e Bonsucesso, em General Severiano.
            Naquela tarde de domingo, 19 de julho de 1953, como tricolor, seria lógico ir ao estádio do América, em Campos Sales, onde a Portuguesa realizava seus jogos quando tinha o mando de campo. Lá, a lusa carioca ia receber o meu Fluminense.
            O Sol se escondeu naquele domingo.  Não sei explicar, talvez pelo mau tempo, talvez pela distância, mas mudei meus planos. Resolvi assistir Botafogo e Bonsucesso, em General Severiano.
            Levado, quem sabe, pelo destino, o garoto de 13 anos saiu de casa, na Rua Farani, e foi se juntar aos torcedores botafoguenses. Não tinha ideia da importância histórica daquela tarde. Anos depois, acompanhando de perto os fatos e os personagens do mundo do futebol, tomei consciência de que fui testemunha de um dos mais significativos capítulos da história do futebol brasileiro: a estreia de Garrincha, na equipe principal do Botafogo.
            Digo estreia no time principal, porque o ainda desconhecido Garrincha estreou contra o Avelar, em Miguel Pereira, e nos aspirantes enfrentou o São Cristóvão, na 1ª rodada.
            Sentei na arquibancada, do lado da sede social, entre a linha de meio campo e a meta para onde o Botafogo atacou no 1º tempo. Vi de perto aquele jovem de 19 anos e suas fenomenais pernas tortas. Velocidade, dribles desconcertantes. Começava ali o show que durou quase 10 anos. Seu primeiro “João” foi Paulo, o lateral esquerdo do Bonsucesso.
            Quando o árbitro marcou pênalti contra o Bonsucesso, Geninho pegou a bola para bater. O rapaz da Raiz da Serra se aproximou, falou com o veterano craque e, finalmente, marcou o gol. Foram 3 na vitória de 6 a 3.
 Garrincha e Arati, seu descobridor.

Garrincha e Gentil Cardoso, seu primeiro técnico como profissional.

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