70 anos do mineirinho de ouro
No último dia 25 de janeiro de 2017, o cidadão Eduardo Gonçalves de
Andrade completou 70 anos. Não acompanhei a carreira do Dr. Eduardo, mas tive o
privilégio de ver de perto a trajetória do jogador Tostão e narrar vários jogos
desse que foi um dos maiores astros da história do futebol mundial.
Tostão em campo era ao mesmo tempo tático e técnico. Suas atuações
primavam pela movimentação tanto com a bola nos pés como sem ela. Inteligente,
tecnicamente perfeito, com espírito de equipe, Tostão nos brindava com atuações
inesquecíveis.
O garoto integrou a equipe de futebol de salão do Cruzeiro com 14 anos,
em 1961. No ano seguinte, atuou no time juvenil do Cruzeiro. Na mesma temporada
foi defender as cores do América Mineiro. A direção do Cruzeiro sentiu o
potencial do jovem de 16 anos e o contratou em 1963.
A inauguração do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em 1965, propiciou
o crescimento do futebol mineiro. Cruzeiro e Atlético, os clubes mais
populares, formaram grandes equipes.
Um ano depois, o Cruzeiro conseguia um dos maiores feitos da sua gloriosa
história ao conquistar o título da Taça Brasil de 1966, vencendo o todo
poderoso Santos de Pelé e Cia, bicampeão mundial e penta da Taça Brasil.
O resultado da primeira partida, no Mineirão, surpreendeu a todos:
Cruzeiro 6 x Santos 2. No Pacaembu, o triunfo por 3 a 2, numa virada
sensacional, consagrava Tostão e seus companheiros Raul, Piazza, Natal, Dirceu
Lopes.
A coleção de títulos e a presença na seleção brasileira passaram a fazer
parte da vida de Tostão. Em 1969, o craque mineiro era uma das “feras” de João
Saldanha, tornando-se o artilheiro das eliminatórias para a Copa de 1970.
No dia 24 de setembro de 1969 durante a partida entre Corinthians e
Cruzeiro, no Pacaembu, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o zagueiro Ditão
chutou forte e a bola atingiu a vista esquerda de Tostão, provocando o
descolamento da retina.
A cirurgia em Houston, nos Estados Unidos, permitiu que Tostão fosse ao
México participar da Copa do Mundo. Com Saldanha Tostão era titular absoluto,
porém com Zagallo ele poderia ser reserva de Roberto Miranda.
Estávamos em Belo Horizonte, eu e o querido Mario Mota, operador de
externa, para transmitirmos dois amistosos do Botafogo, no Mineirão. Combinei
com o Mário para fazermos uma entrevista com Tostão. Entrei em contato com ele
e marcamos para o dia seguinte na sua residência.
Telefonei para o Jorge Curi e disse que entraríamos no programa “No Mundo
da Bola” com a entrevista. Correu tudo como combinamos. Fomos maravilhosamente
bem recebidos. Sentimos de perto a simplicidade e gentileza de Tostão, qualidades
inerentes aos seres humanos de espírito elevado.
Na seleção, prevaleceu o bom senso e Tostão permaneceu como titular ao
lado de Pelé, assim como Rivelino e Gerson que jogaram juntos. Sempre haverá em
qualquer time lugar para os gênios. E, Tostão foi gênio.
No México, Tostão se destacou em todas as partidas, protagonizando lances
inesquecíveis, como o drible em Bobby Moore que iniciou a jogada do gol da
vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, marcado por Jairzinho.
O jornalista Manuel Apelbaum, o querido Manolo, me disse que na opinião
do técnico argentino Cezar Luiz Menotti e de vários jornalistas, Tostão foi o
melhor jogador da Copa.
Em abril de 1972, surgiu o Vasco na vida de Tostão. Porém o problema da
vista voltou a incomodar, obrigando-o no ano seguinte a encerrar precocemente
sua brilhante carreira aos 27 anos.
A partir daí, o futebol perdeu uma das suas maiores estrelas. Que saudade!. Ficam aqui os parabéns ao Dr. Eduardo Gonçalves de Andrade, hoje brilhante colunista esportivo. Ainda bem que ficou um pouco de Tostão. De coração, os meus votos de muitos anos de vida.
Início da carreira no América Mineiro
Tostão vai apanhar a bola no fundo da rede santista na goleada sobre o Santos por 6a 2, no Mineirão
Antes da partida Dirceu Lopes, Pelé e Tostão
Com a Taça Brasil Tostão vibra após a grande conquista
O artilheiro do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 70 marca contra a Venezuela
Tostão se recupera da cirurgia em Houston
Equipe do Cruzeiro na década de 70
O drible em Bobby Moore que deu início ao lance do gol de Jairzinho contra a Inglaterra
Tostão conversa com "Mestre Ziza" que foi seu técnico no Vasco
A emoção de Tostão após a final contra a Itália. O craque é entrevistado pelo grande repórter Luís Fernando, da Rádio Nacional
Tostão chegou ao Vasco recebido nos braços da torcida
Tostão e Dirceu Lopes antes do primeiro Vasco e Cruzeiro após sua saída do clube mineiro
Tostão com Gerson, seu companheiro na seleção brasileira, antes de Fluminense e Vasco
Por ocasião da visita de Iashin ao Brasil, Tostão e Garrincha aparecem ao lado do grande goleiro russo