terça-feira, 7 de fevereiro de 2017




                                          70 anos do mineirinho de ouro

No último dia 25 de janeiro de 2017, o cidadão Eduardo Gonçalves de Andrade completou 70 anos. Não acompanhei a carreira do Dr. Eduardo, mas tive o privilégio de ver de perto a trajetória do jogador Tostão e narrar vários jogos desse que foi um dos maiores astros da história do futebol mundial.
Tostão em campo era ao mesmo tempo tático e técnico. Suas atuações primavam pela movimentação tanto com a bola nos pés como sem ela. Inteligente, tecnicamente perfeito, com espírito de equipe, Tostão nos brindava com atuações inesquecíveis.
O garoto integrou a equipe de futebol de salão do Cruzeiro com 14 anos, em 1961. No ano seguinte, atuou no time juvenil do Cruzeiro. Na mesma temporada foi defender as cores do América Mineiro. A direção do Cruzeiro sentiu o potencial do jovem de 16 anos e o contratou em 1963.
A inauguração do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, em 1965, propiciou o crescimento do futebol mineiro. Cruzeiro e Atlético, os clubes mais populares, formaram grandes equipes.
Um ano depois, o Cruzeiro conseguia um dos maiores feitos da sua gloriosa história ao conquistar o título da Taça Brasil de 1966, vencendo o todo poderoso Santos de Pelé e Cia, bicampeão mundial e penta da Taça Brasil.
O resultado da primeira partida, no Mineirão, surpreendeu a todos: Cruzeiro 6 x Santos 2. No Pacaembu, o triunfo por 3 a 2, numa virada sensacional, consagrava Tostão e seus companheiros Raul, Piazza, Natal, Dirceu Lopes.
A coleção de títulos e a presença na seleção brasileira passaram a fazer parte da vida de Tostão. Em 1969, o craque mineiro era uma das “feras” de João Saldanha, tornando-se o artilheiro das eliminatórias para a Copa de 1970.
No dia 24 de setembro de 1969 durante a partida entre Corinthians e Cruzeiro, no Pacaembu, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o zagueiro Ditão chutou forte e a bola atingiu a vista esquerda de Tostão, provocando o descolamento da retina.
A cirurgia em Houston, nos Estados Unidos, permitiu que Tostão fosse ao México participar da Copa do Mundo. Com Saldanha Tostão era titular absoluto, porém com Zagallo ele poderia ser reserva de Roberto Miranda.
Estávamos em Belo Horizonte, eu e o querido Mario Mota, operador de externa, para transmitirmos dois amistosos do Botafogo, no Mineirão. Combinei com o Mário para fazermos uma entrevista com Tostão. Entrei em contato com ele e marcamos para o dia seguinte na sua residência.
Telefonei para o Jorge Curi e disse que entraríamos no programa “No Mundo da Bola” com a entrevista. Correu tudo como combinamos. Fomos maravilhosamente bem recebidos. Sentimos de perto a simplicidade e gentileza de Tostão, qualidades inerentes aos seres humanos de espírito elevado.
Na seleção, prevaleceu o bom senso e Tostão permaneceu como titular ao lado de Pelé, assim como Rivelino e Gerson que jogaram juntos. Sempre haverá em qualquer time lugar para os gênios. E, Tostão foi gênio.
No México, Tostão se destacou em todas as partidas, protagonizando lances inesquecíveis, como o drible em Bobby Moore que iniciou a jogada do gol da vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, marcado por Jairzinho.
O jornalista Manuel Apelbaum, o querido Manolo, me disse que na opinião do técnico argentino Cezar Luiz Menotti e de vários jornalistas, Tostão foi o melhor jogador da Copa.
Em abril de 1972, surgiu o Vasco na vida de Tostão. Porém o problema da vista voltou a incomodar, obrigando-o no ano seguinte a encerrar precocemente sua brilhante carreira aos 27 anos.
A partir daí, o futebol perdeu uma das suas maiores estrelas. Que saudade!. Ficam aqui os parabéns ao Dr. Eduardo Gonçalves de Andrade, hoje brilhante colunista esportivo. Ainda bem que ficou um pouco de Tostão. De coração, os meus votos de muitos anos de vida.
Início da carreira no América Mineiro
                               
Tostão vai apanhar a bola no fundo da rede santista na goleada sobre o Santos por 6a 2, no Mineirão

 
Antes da partida Dirceu Lopes, Pelé e Tostão

 
Com a Taça Brasil Tostão vibra após a grande conquista
 
 
O artilheiro do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 70 marca contra a Venezuela

 
Tostão se recupera da cirurgia em Houston

 
Equipe do Cruzeiro na década de 70

 
O drible em Bobby Moore que deu início ao lance do gol de Jairzinho contra a Inglaterra

 
Tostão conversa com "Mestre Ziza" que foi seu técnico no Vasco

 
A emoção de Tostão após a final contra a Itália. O craque é entrevistado pelo grande repórter Luís Fernando, da Rádio Nacional

 
Tostão chegou ao Vasco recebido nos braços da torcida

 
Tostão e Dirceu Lopes antes do primeiro Vasco e Cruzeiro após sua saída do clube mineiro

 
Tostão com Gerson, seu companheiro na seleção brasileira, antes de Fluminense e Vasco

 
Por ocasião da visita de Iashin ao Brasil, Tostão e Garrincha aparecem ao lado do grande goleiro russo