sábado, 7 de outubro de 2017





                                     O pênalti de Domingos em Piola - III a -

                                             Série Brasil, Copas e Craques

Como vimos, o futebol brasileiro fracassou nas duas primeiras Copas do Mundo. No Uruguai, em 1930, o Brasil não se fez representar com a sua melhor seleção. A briga entre os dirigentes do Rio e de São Paulo tirou os jogadores paulistas do mundial. Não havia na Comissão Técnica nenhum representante de São Paulo, gerando o descontentamento. Araken Patuska, que estava sem clube, foi o único paulista na seleção.

Quatro anos depois, as divergências continuavam a prejudicar o futebol brasileiro. Agora, era a briga entre a CBD, entidade de clubes amadores, e a FBF, cujos filiados eram clubes profissionais. As agremiações da Federação Brasileira de Futebol se negaram a ceder seus jogadores. Por interferência de Carlito Rocha, alguns profissionais concordaram em participar da seleção, como foi o caso de Leônidas da Silva. 

Classificado nas eliminatórias com a desistência do Peru, o Brasil disputou as oitavas de final em jogo único, sendo eliminado pela Espanha ao ser derrotado por 3 a 1.

Na III Copa do Mundo, disputada na França, pela primeira vez o futebol brasileiro estava representado pelos seus melhores jogadores. A estreia foi contra a Polônia. No tempo normal houve o empate de 4 a 4 e na prorrogação conseguimos chegar a vitória por 6 a 5. Depois enfrentamos duas vezes a Tchecoslováquia. O empate de 1 a 1 foi o resultado da primeira partida e no jogo desempate ganhamos por 2 a 1 e nos classificamos para as semifinais. O adversário era a poderosa campeã do mundo, a Itália. 

Mesmo sem Leônidas, seguramos o empate de 0 a 0 no primeiro tempo. Num contraataque italiano aos 11 minutos do segundo tempo, Colaussi abriu a contagem. O lance decisivo da partida aconteceu quatro minutos depois. O árbitro suíço M. Wutrich marcou pênalti de Domingos da Guia em Piola, fato que dificultou a reação brasileira para superar a vantagem adversária.  
 
Os jornais que cobriam o mundial publicaram várias matérias sobre o tão discutido lance com destaque para a imprensa francesa. O jornalista francês A.Chantrel, no jornal “Sporting”, de Paris, escreveu: 

“Em Marselha, os brasileiros realizaram uma péssima partida. Romeu, Luizinho e Perácio, sucessivamente, tentaram substituir Leônidas, no centro da linha avante. Mas foi em vão. A turma brasileira desarticulada, fatigada, foi dominada pela Itália. Não obstante a superioridade do adversário, os brasileiros foram batidos por um pênalti dos mais discutíveis. De fato, enquanto a bola se encontrava a quarenta metros da linha, Domingos deu um pontapé em Piola. Este tomba e o juiz, voltando-se, sem hesitação, concede a penalidade. A meta não estava ameaçada, pois a bola não estava em jogo. 

Houve falta é evidente, mas o Sr. Wutrich seria mais inspirado se fizesse sair Domingos do que oferecer um ponto aos italianos, tanto mais que ele poderia pensar – e teria acertado – que Domingos não cometeu essa falta de sangue frio, mas sim em revide a uma provocação. De qualquer modo foi esse o ponto da vitória e da eliminação dos brasileiros”. 

Em outro jornal esportivo, “O Football”, de Paris, o jornalista Gabriel Hanot expôs a sua opinião: 

“Existe uma só mancha no puro cristal do futebol praticado por Silvio Piola. É uma certa tendência a dissimulação. Em Marselha, quando recebeu os golpes do grande Domingos, Piola atirou-se ao solo para obter  um pênalti a favor da sua equipe. O árbitro suíço M. Wutrich ficou, com efeito, alarmado e concedeu injustamente o pênalti que Meazza transformou em gol da vitória, enquanto Piola se levantava absolutamente indene!...”.

O grande Domingos da Guia, autor do pênalti, no livro “O Divino Mestre”, do jornalista inglês Aidan Hamilton, falou sobre o discutido lance:

“Durante todo o “match” fui provocado pelo centroavante. Recebera ordens de Pimenta no sentido de não largar o craque italiano: “Você será a sombra de Piola”. E foi o que aconteceu. Antecipava-me, com facilidade e, nas bolas altas, procurava sempre confundi-lo. Lá pelas tantas, Piola perdeu a cabeça e desandou a dizer palavrões. Explodia: “Você não me larga, não é? Pois vai se arrepender”. Às ameaças do adversário, todos sorríamos. Até que ele começou, de fato, a distribuir pontapés. Os palavrões de Piola, que vinham em italiano, eram devidamente traduzidos e devolvidos.

Aos quinze minutos da fase complementar, ainda com o Brasil em pleno domínio, a defesa italiana rechaçou uma bola. Pulamos, eu e Piola. Estávamos no setor esquerdo e o centroavante, vendo o meia em boa posição, tentou cruzar. Ora, eu vinha marcando em cima e a cabeçada do adversário saiu defeituosa. O juiz consignou bola fora. Quando voltava para posição, fui surpreendido com a violência do rapaz.

Cinicamente, o italiano atingiu o meu tornozelo. Cego de dor e de ódio, revidei. Foi o bastante. O árbitro, que não vira o lance anterior, usou o apito. Eis um momento inesquecível da minha vida. Todos os jogadores do Brasil ficaram atônitos. Martim, capitão da equipe, foi falar com o juiz. Esse respondeu no seu idioma. Alucinado, o centromédio perguntou: “O senhor é ladrão?”. O juiz confirmou, acenando. Com o mal consumado, nasceram alguns protestos dos dirigentes. Mas já não mais seria possível remediar a situação. A bola foi colocada na marca de cal e o placar modificado”.

Romeu, ainda, fez o gol de honra brasileiro aos 41 minutos. A seleção terminou a Copa com uma bela vitória diante da Suécia por 4 a 2, em disputa do 3o lugar.

O pênalti de Domingos em Piola aconteceu no dia 16 de junho de 1938 e faz parte dos inúmeros lances polêmicos que enriquecem a história do fascinante mundo do futebol.

 

 
 
Foto – Lance do jogo Itália 2 x Brasil 1. Walter procura evitar a cabeçada de Piola, enquanto Domingos da Guia e Martim fazem a cobertura do goleiro brasileiro.

 

 

 

 

 

 




                     Na França, grandes craques e muitos problemas - III -
                                           Série Brasil, Copas e Craques

Finalmente, o futebol brasileiro conseguiu reunir seus melhores jogadores para representá-lo no mundial de 1938, na França. Sem conflitos entre as entidades dos principais centros futebolísticos nacionais, Rio e São Paulo, Ademar Pimenta, o técnico escolhido pela CBD, pode convocar os jogadores de sua preferência. Possuíamos grandes craques e a maioria esmagadora dos torcedores brasileiros aprovou os nomes convocados pelo nosso treinador.
Desde o período de preparação na cidade mineira de Caxambu, segundo os jornalistas que cobriam o dia-a-dia da seleção, a disciplina ficava aquém do desejável num grupo que se preparava para uma Copa do Mundo. Com frequência, os atrativos noturnos dos hotéis da bela estância hidromineral encantavam os integrantes da nossa seleção.
A seleção finalizou os treinamentos no Rio e em São Paulo. Com a desistência da Bolívia, seu adversário nas eliminatórias, o Brasil se classificou mais uma vez sem jogar.
Foram classificados para o mundial de 1938 quinze países: Alemanha, Bélgica, Brasil, Cuba, França, Holanda, Hungria, Índias Holandesas, Itália, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça, Romênia e Tchecoslováquia. O sistema era mais uma vez eliminatório.
No dia 30 de abril, a delegação deixou o Rio de Janeiro a bordo do navio “Arlanza”. Quinze dias depois os brasileiros estavam em Paris. O primeiro adversário era a Polônia, em Estrasburgo, no dia 5 de junho.
O elenco estava dividido em dois grupos: a equipe azul formada por Batatais (Fluminense), Domingos (Flamengo) e Machado (Fluminense), Zezé Procópio (Botafogo), Martim Silveira (Botafogo) e Afonsinho (São Cristóvão); Lopes (Corinthians), Romeu (Fluminense), Leônidas (Flamengo), Perácio (Botafogo) e Hércules (Fluminense); e a equipe branca com Walter (Flamengo), Jahú (Vasco da Gama) e Nariz (Botafogo); Brito (América), Brandão (Corinthians) e Argemiro (Portuguesa Santista); Roberto (São Cristóvão), Luizinho (Palestra Itália – SP), Niginho (Vasco da Gama), Tim (Fluminense) e Patesko (Botafogo).
Deixando-se influenciar pelas opiniões de dirigentes e jornalistas, Ademar Pimenta demonstrava total insegurança quanto à escalação do time brasileiro. Uma das críticas feitas a Pimenta era a separação das alas formadas por Tim e Hércules, no Fluminense, e por Perácio e Patesko, no Botafogo.  
            O jogo de estréia contra a Polônia foi dramático. O campo enlameado dificultava as ações das duas equipes e as mudanças no placar traziam a incerteza quanto ao resultado da partida.
            Leônidas abriu o marcador aos 18 minutos de jogo. Cinco minutos depois, Szerfke, de pênalti, igualava o marcador. Romeu desempatava logo a seguir aos 25. Faltava um minuto para terminar o 1o tempo e Perácio fazia o terceiro gol brasileiro. Aos 5 minutos do 2o tempo, Piontek marcou o segundo gol polonês e nove minutos depois Willimowski empatou. Perácio aos 26 venceu novamente o goleiro Madejski. Faltavam dois minutos e a Polônia igualou o marcador por intermédio de Willimowski. Tudo igual: 4 a 4. Agora a prorrogação.
            O árbitro sueco I. Eklind autorizou a saída e o Brasil partiu para o ataque em busca do desempate. Aos três minutos Leônidas assinalou o 5o gol brasileiro e aos 12 fez o sexto. Os poloneses não se entregaram e marcaram aos dois minutos da segunda fase do tempo extra. Final Brasil 6 x Polônia 5.
O Brasil jogou com Batatais (Fluminense), Domingos (Flamengo) e Machado (Fluminense); Zezé Procópio (Botafogo), Martim (Botafogo) e Afonsinho (São Cristóvão); Lopes (Corinthians), Romeu (Fluminense), Leônidas (Flamengo), Perácio (Botafogo) e Hércules (Fluminense).
            O segundo adversário do Brasil era a Tchecoslováquia, vice-campeã mundial de 34. A partida no Estádio Municipal, em Bordeaux, no dia 12 de junho, terminou com o empate de 1 a 1. O time sofreu apenas uma alteração com a entrada de Walter no lugar de Batatais.
            Leônidas inaugurou o placar aos 30 minutos e no segundo tempo Nejedly marcou para os tchecos aos 19 minutos, batendo uma penalidade máxima cometida por Domingos da Guia.
            Os lances violentos se sucediam, obrigando o árbitro húngaro Paul Hertzka a expulsar três jogadores, além de vitimar outros três. Zezé Procópio saiu mais cedo por atingir Nejedly com um pontapé; Machado e Riha foram expulsos por agressão mútua; Perácio e Leônidas se contundiram gravemente; e o goleiro Planicka teve a clavícula deslocada num choque com Perácio.
            O Brasil atuou com Walter (Flamengo), Domingos e Machado; Zezé Procópio, Martim e Afonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio e Hércules.
Como o vencedor seria um dos semifinalistas, houve a necessidade da realização de novo jogo. Dois dias depois estavam em campo novamente no Estádio Municipal de Bordeaux as seleções do Brasil e da Tchecoslováquia.
Ademar Pimenta mudou totalmente a equipe brasileira. Leônidas foi a exceção. Mantido no comando do ataque, teve sua contusão agravada e ficou fora do jogo com a Itália. O Brasil terminou o primeiro tempo perdendo por 1 a 0 gol de Kopecky aos 30 minutos. Na etapa final, o time brasileiro conseguiu virar o marcador e chegou à vitória com gols de Leônidas aos 11 minutos e de Roberto aos 18.
A seleção brasileira formou com Walter (Flamengo), Jahú (Corinthians) e Nariz (Botafogo); Brito (América), Brandão (Corinthians) e Argemiro (Portuguesa Santista); Roberto (São Cristóvão), Luizinho (Palestra Itália – SP), Leônidas (Flamengo), Tim (Fluminense) e Patesko (Botafogo). 
Classificado para as semifinais, o Brasil teve pela frente a Itália, campeã mundial de 1934. O problema era a ausência de Leônidas, sem condição de jogo, devido à contusão sofrida na primeira partida diante dos tchecos. Seu natural substituto seria Niginho, do Vasco da Gama.
            O Dr. José Maria Castelo Branco, chefe da delegação e que exercia também a função de médico, falou com Ademar Pimenta para não escalar Niginho, porque a Federação Italiana mantinha seu contrato com a Lazio perante a FIFA. O jogador havia deixado o clube italiano, retornando ao Brasil para jogar no Palestra Itália (atual Palmeiras).
            O técnico brasileiro optou pela manutenção de Luizinho, barrando Tim e escalando Romeu de centro-avante. Em Marselha, no Estádio Jean Boin “Velodrome”, no dia 16 de junho, a Itália ganhou do Brasil por 2 a 1.
            Os comandados de Vittorio Pozzo abriram o placar aos 10 minutos do 2o tempo por intermédio de Colaussi. Meazza aumentou a vantagem de pênalti aos 15, diminuindo as chances de reação da seleção brasileira. Romeu fez o gol brasileiro aos 42 minutos.
            Perdemos para a Itália com Walter, Domingos e Machado; Zezé Procópio, Martim e Afonsinho; Lopes, Luizinho, Romeu, Perácio e Patesko.
            Fomos disputar o 3o lugar com a Suécia que havia perdido na outra semifinal para a Hungria por 5 a 1. Enfrentamos os suecos em Bordeaux e vencemos por 4 a 2. Batatais retornou à meta brasileira; Brandão entrou no lugar de Martim; Roberto substituiu Lopes na ponta-direita; Romeu ocupou sua posição de meia; e Leônidas retornou ao comando do ataque.
            A exibição brasileira foi muito elogiada, destacando-se a atuação de Leônidas. O primeiro tempo terminou com a vantagem sueca por 2 a 1 gols de Jonasson aos 13 minutos, Nyberg aos 23 e Romeu aos 42 minutos. Leônidas marcou aos 7 e aos 25 do segundo tempo e Perácio encerrou o marcador aos 35 minutos.
            Conseguimos a 3a colocação na Copa de 38 jogando com Batatais, Domingos e Machado; Zezé Procópio, Brandão (Corinthians) e Afonsinho; Roberto, Romeu, Leônidas, Perácio e Patesko.
            As emoções da Copa de 38 foram transmitidas pelo locutor esportivo Gagliano Neto através das ondas da Rádio Cruzeiro do Sul. Os filmes das partidas do Brasil eram aguardados com ansiedade e lotavam a sala do cinema Capitólio, na Cinelândia.
            O Brasil fizera uma boa campanha e seu futebol passou a ser admirado pelo resto do mundo.










Foto 01 – Mensagem do técnico Ademar Pimenta para a torcida brasileira antes de embarcar para a França.

Foto 02 – Jogadores integrantes do elenco brasileiro na Copa do Mundo de 1938: a partir da esquerda de cima para baixo, Brandão, Batatais, Martim, Leônidas, Domingos, Patesko, Perácio, Nariz, Afonsinho, Hércules, Roberto, Romeu, Argemiro, Lopes, Walter, Jahu, Zezé Procópio, Brito, Ademar Pimenta (técnico), Niginho, Luizinho, Tim e Machado.

Foto 03 - A Gazeta de Notícias de 5 de junho de 1938 anunciava a estréia do Brasil na Copa do Mundo.                  

Foto 04 - A Gazeta de Notícias de 7 de junho de 1938 fazia referência a atuação de Leônidas na partida entre Brasil e Polônia.

Foto 05 – O cinema Capitólio, na Cinelândia, projetava os filmes dos jogos do Brasil. Vemos o anúncio da partida Brasil 6 x Polônia 5.

Foto 06 - Domingos disputa a bola com o atacante italiano, Walter sai para defender e Martim observa.

Foto 07 - A seleção brasileira formada, no Estádio Municipal de Bordeuax, antes da partida que decidiu o 3o lugar da Copa de 38: a partir da esquerda, Leônidas, Batatais, Perácio, Domingos da Guia, Brandão, Zezé Procópio, Machado, Roberto, Romeu, Afonsinho, Patesko e Ademar Pimenta.

Foto 08 - Primeiro gol brasileiro marcado por Romeu diante da Suécia.

Foto 09 - Uma multidão aguardava no porto do Rio de Janeiro a chegada dos jogadores brasileiros.

Foto 10 - A delegação brasileira é recebida festivamente na sede do Botafogo de Futebol e Regatas.

 

           

 

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2017




                                         Há 65 anos o Fluminense conquistava a Taça Rio

 

Em meados de 1952, quando completou 50 anos, o Fluminense, campeão carioca de 51, disputou a II Taça Rio. Os outros participantes da chave do Rio de Janeiro foram o Grasshoper, da Suíça, o Sporting, de Lisboa, e o Peñarol, de Montevidéu. No grupo de São Paulo, estavam Corinthians, campeão paulista de 51, Áustria, de Viena, Libertad, do Paraguai, e o Sarrebruck, da Alemanha Ocidental (na época existiam duas Alemanhas).
Na estreia, o Fluminense empatou com o Sporting de 0 a 0, no dia 13 de julho, domingo, no Maracanã. Esse jogo foi o último de Carlyle com a camisa tricolor. O atacante não se dava bem com Zezé Moreira e se transferiu para o Santos. 
Na 4a feira, dia 17 de julho, o Fluminense enfrentou o ferrolho suíço do Grasshoper. Com o placar apertado de 1 a 0, gol do estreante Marinho, substituto de Carlyle, aos 34 minutos do 2o tempo, os comandados de Zezé Moreira venceram a partida.  
As dificuldades para furar o bloqueio suíço foram grandes. No 1o tempo, o lateral esquerdo Bickell teve a oportunidade de abrir o marcador ao bater pênalti defendido por Castilho. 
No domingo, dia 20 de julho, véspera da comemoração dos 50 anos de fundação, o Fluminense ganhou de forma categórica do Peñarol, base da seleção uruguaia campeã mundial de 50, por 3 a 0. Marinho marcou o 1o gol aos 36 minutos de jogo e Orlando ampliou aos 44. Marinho voltou a balançar a rede adversária aos 30 minutos do 2o tempo.
O Corinthians, em 1o lugar, e o Áustria, em 2o, se classificaram no grupo de São Paulo. Os austríacos foram os adversários do Fluminense, 1o colocado do Rio, nas semifinais.
O Áustria praticava um futebol técnico, vistoso e possuía três destaques: o centro-médio Overick e a ala esquerda formada por Stojaspal e Auredenick.
No primeiro jogo, o Fluminense ganhou por 1 a 0, gol de Didi, aos 30 minutos do 2o tempo. Quatro dias depois, no domingo 27 de julho, a segunda partida apresentou, no 1o tempo, emocionantes viradas no marcador.
Telê abriu o placar aos 6 minutos, Stojaspal empatou aos 15, Pinckler colocou o time do Áustria na frente, Orlando fez o 2o gol tricolor aos 31 e desempatou aos 41 minutos. Na fase final, o Fluminense chegou aos 5 a 2 por intermédio de Quincas, aos 8, e Orlando, aos 20 minutos.
Na outra semifinal, num jogo de muita briga, o Corinthians eliminou o Peñarol e se classificou, com apenas um jogo, para decidir o título contra o Fluminense, porque os uruguaios se recusaram a disputar a segunda partida.
Os jogos finais com o Corinthians foram realizados no Maracanã. O primeiro, numa 4a feira, à noite, dia 30 de julho, e terminou com a vitória tricolor por 2 a 0, gols de Orlando, aos 22 minutos do 1o tempo, e Marinho, aos 26 da fase final.
Confiante, devido à excelente campanha do time, a torcida tricolor compareceu ao Maracanã, no dia 2 de agosto de 1952, para comemorar o título da II Taça Rio. O Fluminense jogava pelo empate e com o resultado de 2 a 2 sagrou-se campeão.
Didi, aos 10 minutos, marcou o único gol do 1o tempo. Na etapa final, Jackson empatou aos 11 minutos e Marinho, aos 19, fez o 2o gol. Quando faltava um minuto para terminar a partida, Souzinha igualou o marcador.
 
A conquista do Fluminense equivaleu a um título mundial, como aconteceu com o Palmeiras no ano anterior, em razão das presenças dos campeões europeus e sul-americanos. Além disso a competição foi organizada pela CBD com a autorização da FIFA. 
 
 
 
Lance da partida de estreia do Fluminense contra o Sporting
 
 
 
Marinho vence Máspoli e marca um dos gols na vitória sobre o Peñarol por 3 a 0
 
 
Cláudio e Píndaro, capitães de Corinthians e Fluminense, antes da partida final da Taça Rio
 
 
 
Píndaro dá a volta olímpica segurando a Taça Rio acompanhado por Paulista, chefe da torcida tricolor, e do ponta esquerda Quincas
 
 
 

Os jogadores após a final da Taça Rio: em pé, Marinho;  agachados e sentados, Zezé Moreira, Nestor, Robson, Quincas, Orlando, Edson, Jair Santana, Bigode, Castilho e Píndaro.

Em pé, a partir da esquerda, aparecem o Presidente Fábio Carneiro de Mendonça (3º), o Prefeito João Carlos Vital (4º) e a atriz Josete Berthal.

 
 
Elenco do Fluminense que conquistou a Taça Rio: Píndaro, Jair Santana, Marinho, Nestor, Pinheiro, Castilho, Villalobos, Edson e Zezé Moreira; Robson, Didi, Telê, Simões, Orlando, Quincas e Bigode.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 
 

 

 

 
 

 

 

 

 

 

terça-feira, 11 de julho de 2017




                                              Brasil, Copas e Craques

                                         Em 34, um jogo e nada mais – 2 -

Em 1934, as divergências eram entre os favoráveis ao profissionalismo implantado no ano anterior e os defensores do amadorismo. A CBD mantinha-se fiel ao amadorismo, enquanto a Federação Brasileira de Futebol, recém criada, defendia o profissionalismo e negava-se a ceder os jogadores dos clubes a ela filiados.
O boicote da FBF chegou ao extremo, quando confinou alguns de seus principais jogadores numa fazenda em Matão, no interior de São Paulo, bem longe do assédio de Carlito Rocha, responsável de organizar a seleção brasileira. Sob forte vigilância permaneceram incomunicáveis Gabardo, Junqueira, Lara, Romeu, Tunga.
No Rio de Janeiro, a Liga Carioca de Futebol e a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos negaram-se a ceder seus jogadores. Diante de tais fatos, a CBD, contrariando seus princípios, contratou alguns jogadores para formar a seleção brasileira.
Carlito Rocha conseguiu trazer de São Paulo os tricolores Armandinho, Luizinho, Silvio Hoffman e Waldemar de Brito. Do Rio Grande do Sul vieram Luiz Luz e Patesko e do Rio de Janeiro foram contratados Tinoco e Leônidas da Silva.
            Leônidas da Silva discorreu sobre algumas questões que envolveram a seleção brasileira com relação à Copa de 34:
            “Em janeiro de 34, eu e o Domingos voltamos do Uruguai. Os nossos contratos tinham terminado, mas assim que descemos do navio o Vasco nos contratou. Assinei um contrato de 30 contos de réis e mais um ordenado mensal de 800 mil réis.
            Naquela época, o amadorismo no futebol morria definitivamente e tudo era feito em bases profissionais. Mas muitos ainda não entendiam isso. A CBD brigou muito com os clubes na ocasião para arranjar os jogadores que queria. Pagava a peso de ouro, pois não havia convocação como hoje.
            Dois meses depois de ter assinado com o Vasco, o dirigente Luiz Aranha, da CBD, me procurou em casa, oferecendo 30 contos e ordenado de um conto. Aceitei, mas o Vasco e a imprensa não. O Jornal dos Sports chegou a abrir manchete com o título: “Patriotismo por 30 contos de réis”, por causa da minha contratação.
            Finalmente, pegamos o navio que nos levaria a Gênova. Navegamos treze dias num mar terrível e chegamos 48 horas antes do nosso jogo com a Espanha.
            Sentimos, logo de saída, que o campeonato seria da Itália. Mussolini comparecia pessoalmente ao camarote real do Estádio Nacional de Roma para incentivar a Squadra Azzura, toda composta de jogadores comprados e naturalizados, os oriundi, enquanto os torcedores cantavam a Gioveneza, canção-símbolo da nova Itália fascista.
            Ante aquele ambiente de extrema exaltação ficamos esmagados. Grande número de torcedores nos chamava de “faccetas neras”, termo que usavam para chamar os etíopes, contra quem iriam combater no começo da Segunda Guerra.
            O nosso time tinha sido escalado na viagem. A maioria entrou em campo, contra a Espanha, ainda sentindo o balanço do mar. Perdemos por 3 a 1. Nosso gol foi feito por mim, aos 11 minutos do 2º tempo. Foi apenas um gol de honra. Fomos desclassificados ao perder esse primeiro jogo”. (declarações à Revista Fatos e Fotos – edição especial de 11 de junho de 1970).
Com a desistência do Peru, no grupo sul-americano, os brasileiros se classificaram sem jogar. Participaram do mundial da Itália, além dos donos da casa, Brasil, Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Egito, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Romênia, Suécia, Suíça e Tchecoslováquia.
Após doze dias de viagem a bordo do navio “Conte Biancamano” a delegação brasileira em companhia dos espanhóis, que embarcaram em Barcelona, chegou a Gênova.
O sistema de disputa era eliminatório e o sorteio apontou a Espanha como adversária do selecionado brasileiro. Perdemos por 3 a 1 e fomos eliminados no dia 27 de maio, em Gênova. Iraragorri abriu a contagem de pênalti aos 18 minutos, no Estádio Luigi Ferraris. Langara, o grande artilheiro espanhol, marcou o segundo gol aos 27, terminando o 1o tempo com a vantagem espanhola por 2 a 0. Leônidas fez o gol brasileiro no famoso goleiro Zamora, aos 11 minutos da etapa final, e novamente Langara balançou a rede brasileira aos 32.
O Brasil teve chance de empatar o jogo quando o árbitro invalidou um gol de Luizinho aos 14 minutos do 2o tempo e de virar o placar nos pés de Waldemar de Brito que perdeu um pênalti, defendido por Zamora, aos 25 minutos da fase final.
           
 
Tinoco e Leônidas jogadores contratados pela CBD para a disputa do mundial de !934
 
 
Seleção brasileira antes de uma partida amistosa com a mesma escalação que perdeu para a Espanha: a partir da esquerda, Martim, Pedrosa, Sylvio Hoffman, Tinoco, Luiz Luz, Canali, Armandinho, Waldemar de Brito, Leônidas, Patesko e Luizinho    
 
 
 
Leônidas por ocasião da Copa de 1934. Ele foi o autor do único gol brasileiro no mundial
 
 
A manchete do Correio Sportivo faz alusão à derrota do Brasil diante da Espanha 
 
            Luiz Vinhais, técnico que conseguiu duas vitórias sobre os uruguaios em 1931 e 32, por ocasião da disputa da Copa Rio Branco, escalou diante da Espanha: Pedrosa (Botafogo), Sylvio Hoffman (CBD) e Luiz Luz (CBD); Tinoco (CBD), Martim Silveira (Botafogo) e Canalli (CBD); Luizinho (CBD), Waldemar de Brito (CBD), Armandinho (CBD), Leônidas da Silva (CBD) e Patesko (CBD).
No dia 10 de junho de 1934, em Roma, a Itália, ganhou da Tchecoslováquia por 4 a 2 e conquistou o titulo de campeã mundial.
 
 
 
 

 

quinta-feira, 22 de junho de 2017




                                               Brasil, Copas e Craques

Daqui a um ano o mundo assistirá a abertura do 21º Campeonato Mundial de Futebol, o qual será realizado na Rússia. Já estão classificados a Rússia, país sede e o Brasil, único a participar de todas as edições da Copa do Mundo.

Iniciamos a série “Brasil, Copas e Craques” que mostrará a participção da seleção brasileira nos mundiais e os craques que se destacaram em cada edição.                  

      Na primeira Copa, uma vitória e uma derrota – I -
O futebol brasileiro é o único que participou de todos os campeonatos mundiais. Nas duas primeiras Copas realizadas no Uruguai, em 1930, e na Itália, em 1934, as divergências entre os dirigentes cariocas e paulistas impediram que a seleção brasileira se apresentasse com a sua força máxima.
A Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) reivindicou a inclusão de um dos seus membros para integrar a Comissão de Esportes da Confederação Brasileira de Desportos. O forte argumento dos paulistas era o título do oitavo campeonato brasileiro de seleções em 1929.
Frustrados com a negativa da entidade nacional ao seu pleito, os dirigentes da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) resolveram não ceder seus jogadores para a seleção brasileira. Condicionava a revogação da medida se a CBD recuasse da sua decisão. Tal fato não aconteceu e a Comissão de Esportes, encarregada de formar o nosso selecionado, teve que contar apenas com os jogadores do Rio de Janeiro.
A imprensa paulista, como o Correio Paulistano, se referia ao selecionado brasileiro como a “representação carioca no mundial de futebol”.
Ao contrário, os jornais cariocas apoiavam a nossa seleção. O Correio da Manhã noticiava: “a despeito de tudo e ainda do desinteresse oficial, o futebol brasileiro será representado no primeiro campeonato mundial”.
Dessa forma não pudemos contar com craques como Friedenreich, Feitiço, Del Débbio, Petronilho, Grané e outros. A exceção foi a presença de Araken Patuska, do Santos, que brigado com o clube se colocou à disposição da CBD.
Alheios a politicagem dos dirigentes cariocas e paulistas, os torcedores compareceram em grande número no cais da Praça Mauá, no dia 2 de julho de 1930, para se despedirem da delegação brasileira rumo ao Uruguai.
Nossa delegação chegou a Montevidéu a bordo do navio Conte Grande, após cinco dias de viagem, contando apenas com os jogadores cariocas do Botafogo, Fluminense e Vasco. As exceções eram Poli, do Americano de Campos, e Araken Patuska, o único paulista. 
Treze países, convidados pela FIFA, disputaram a I Copa do Mundo: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai, Estados Unidos, México, Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia.
O elenco brasileiro era composto por: Joel (América), Veloso (Fluminense), Brilhante (Vasco), Itália (Vasco), Zé Luiz (São Cristóvão), Benedito (Botafogo), Hermógenes (América), Fortes (Fluminense), Luiz Luz (Peñarol); Fausto (Vasco da Gama), Fernando (Fluminense), Benevenutto (Flamengo), Pamplona (Botafogo), Oscarino (Ypiranga - Niterói), Martim (Botafogo), Ivan (Fluminense); Araken (Santos), Doca (São Cristóvão), Carvalho Leite (Botafogo), Moderato (Flamengo), Manoelsinho (Canto do Rio), Nilo (Botafogo), Preguinho (Fluminense), Poli (Americano - Campos), Teófilo (São Cristóvão) e Russinho (Vasco).
             Henrique Coelho Neto, o Preguinho, sentiu grande emoção ao carregar a bandeira brasileira no desfile de abertura da Copa:
            “Quando entrei no estádio, carregando a nossa bandeira na abertura da Copa de 1930, o estádio todo ficou de pé e aplaudiu. Lembro-me bem. Nós entramos logo depois da delegação dos Estados Unidos. O Zé Luís chorava e berrava: “Peito erguido, peito erguido!”. Nós todos chorávamos de emoção”.
            Preguinho comentou sobre sua convocação e falou das dificuldades enfrentadas pela nossa delegação:
            “Iniciamos o treinamento, no Rio, com dois escretes cariocas. Eu fazia parte do B. Depois veio o treinamento em São Paulo. Para este treino, nem fui convocado. No seguinte, aconteceu à mesma coisa. Não me chamaram, mas o Del Débbio, zagueiro, protestou e acabaram me convocando.
            O técnico no começo era o Vinhais. Depois, não houve mais nenhum. Eu estava em boa forma, mas precisaria competir com Feitiço e outros do mesmo gabarito, quando estourou a bomba: São Paulo não cederia seus jogadores. Para completar, no último treino, o Carvalho Leite, nosso center-forward quebrou a mão.
            Viajamos assim mesmo, sem cozinheiro, levando o nosso próprio feijão e ficando hospedados no centro da cidade, no Hotel Colon, enquanto os outros ficavam em concentração fora da zona urbana. Éramos 27 pessoas e um grande chefe, o Ministro Afrânio Costa.
            O primeiro jogo foi contra a Iugoslávia. Fazia um frio danado. Seis graus abaixo de zero era uma temperatura que nem os próprios uruguaios se lembravam de ter sentido.
            Dominamos o jogo inteiro, mas eles em duas escapadas fizeram dois gols. Quando ainda faltavam trinta minutos para acabar o jogo eu descontei. Mas aí o goleiro pegou tudo, a bola foi várias vezes na trave e perdemos mesmo de 2 a 1.
            No jogo com a Bolívia mudaram tudo. Ganhamos de 4 a 0. Fiz dois gols. A nossa ala esquerda marcou nossos cinco gols na Copa”. (Declarações a Revista Fatos e Fotos – edição especial de 11 de junho de 1970).
O Brasil ficou no grupo II com a Bolívia e a Iugoslávia. A seleção brasileira estreou contra a Iugoslávia, em 14 de julho, no Estádio Parque Central de Montevidéu. Na derrota por 2 a 1, Tirnanic e Beck marcaram os gols iugoslavos e Preguinho fez o gol brasileiro. O atacante do Fluminense entrou para a história como o autor do primeiro gol brasileiro em Copas do Mundo.
Nosso técnico Gilberto de Almeida Rego colocou em campo: Joel (América), Brilhante e Itália (ambos do Vasco); Hermógenes (América), Fausto (Vasco) e Fernando (Fluminense); Poli (Americano), Nilo (Botafogo), Araken (Santos), Preguinho (Fluminense) e Teófilo (São Cristóvão).
Em 20 de julho, no Estádio Centenário, o Brasil venceu a Bolívia por 4 a 0. A equipe brasileira sofreu seis alterações: Veloso (Fluminense) entrou no lugar de Joel; na zaga Zé Luiz (São Cristóvão) substituiu Brilhante; e no ataque saíram Poli, Nilo, Araken e Teófilo e entraram Benedito (Botafogo), Russinho (Vasco), Carvalho Leite (Botafogo) e Moderato (Flamengo). Os gols brasileiros foram assinalados por Preguinho (2) e Moderato (2).
O resultado diante dos bolivianos não foi suficiente para classificar os brasileiros, porque a Iugoslávia, vencedora do Brasil, derrotou a Bolívia também pelo marcador de 4 a 0.
Na partida final da Copa de 1930, a seleção uruguaia, bicampeã olímpica, ganhou da Argentina por 4 a 2, sagrando-se campeã mundial.
O grande nome da seleção brasileira foi um maranhense de Codó. Fausto dos Santos disputou a Copa do Mundo de 1930 com 25 anos e suas excepcionais atuações impressionaram os uruguaios que o chamaram de “A Maravilha Negra”.
Sua carreira começou no Bangu. Após se transferir para o Vasco conquistou os títulos cariocas de 1929 e 1934. No exterior, Fausto defendeu o Nacional, de Montevidéu, o Barcelona e o Young Fellows, da Suíça.
Numa entrevista ao jornal A Noite, referindo-se a derrota do Brasil por 2 a 1 frente à Iugoslávia, Fausto desabafou:
“Araken jogou como uma bailarina; Poli tinha medo da própria sombra; Nilo fugia da bola e Teófilo nem se aproximava dela”.
            Na edição número 2 da Revista 10 - julho de 2004, Carvalho Leite, aos 92 anos, centroavante do Botafogo, que substituiu Araken contra a Bolívia, em entrevista a Cristina Rigitano, lembrou alguns fatos sobre o mundial no Uruguai:
“Nós viajamos a bordo de um navio. Fazia muito frio. Saímos sem festa. O futebol não era o que é hoje. A viagem foi muito cansativa.
Por conta do vento gelado, os jogadores passaram a viagem inteira, enclausurados nos camarotes do navio sem poder se exercitar o que comprometeu muito o desempenho dos brasileiros no mundial.
Fomos prejudicados pela viagem. Em outras condições, teríamos jogado muito mais. Preguinho era do Fluminense e jogava muito. Ele dava muito trabalho”.
Carlos Dobbert de Carvalho Leite nasceu em Petrópolis e começou a jogar futebol no Petropolitano. Veio para o Rio e tentou o Fluminense, porém não foi aprovado por Luís Vinhais, técnico tricolor.
No Botafogo, Carvalho Leite conquistou os títulos cariocas de 32 a 35. O atacante alvinegro liderou a artilharia nos campeonatos de 36 (16 gols), 38 (16 gols) e 39 (22 gols).
Em 1934, emprestado ao Vasco para uma excursão à Europa, viveu um dos momentos inesquecíveis de sua vida. Na Espanha, marcou um belo gol no espanhol Zamora, considerado o melhor goleiro do mundo.
Convocado para os preparativos com vista a Copa de 38, Carvalho Leite treinou apenas quinze minutos e foi cortado por Ademar Pimenta. Segundo ele, a atitude de Pimenta era resultado de rixa antigo




 
Preguinho comparava os uruguaios, bicampeões olímpicos, à seleção brasileira

 
Seleção brasileira antes da partida de estreia contra a Iugoslávia: em pé, Brilhante, Fausto, Hermógenes, Itália, Joel e Fernando; agachados. Poly, Nilo, Araken, Preguinho e Teóphilo 

 

 
Fausto descansa durante um treino da seleção brasileira

 
Carvalho Leite quando integrou à seleção brasileira na Copa do Mundo de 1930