quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Castilho, o maior ídolo tricolor

                                                   Castilho, o maior ídolo tricolor 
                                         
 Castilho estreou na equipe tricolor na partida diante do Fluminense de Monte Alegre - MG, em 1946. Vemos antes do jogo Murilinho, Mirim, Nanati e Castilho. O time carioca venceu por 4 a 0. 

Castilho e Índio se abraçam após a conquista do Torneio Municipal de 1948. O Fluminense derrotou o famoso "expresso da vitória" do Vasc por 1 a 0.

 
O Brasil venceu o Paraguai por 2 a 0 em disputa da Taça Osvaldo Cruz. Castilho fazia sua estreia na seleção brasileira: em pé, Juvenal, Niltons Santos, Danilo, Bauer, Castilho, Bigode e Johnson; agachados, Mário Américo, Friaça,Maneca, Baltazar, Pinga e Rodrigues.

 
Uma das maiores atuações que eu vi de um goleiro foi no primeiro jogo entre Fluminense e Vasco, no Maracanã, em 1950. Na vitória tricolor por 2 a 1, Castilho fechou o gol.


Nas duas partidas com o Flamengo no campeonato carioca de 1951, o Fluminense venceu por 1 a 0, gols de Orlando "Pingo de Ouro". Castilho teve ótimas atuações.



Na segunda partida da série melhor de três com o Bangu, na decisão do campeonato carioca de 1951, Castilho disputa o lance com Nívio.

Castilho recebe do presidente Fábio Carneiro de Mendonça, o prêmio pelo título carioca de 1951
 
 

Na Taça Rio de 1952, o Fluminense venceu o Penãrol por 3 a 0. Castilho defende diante de Gighia

                                                          Castilho beija a Taça Rio

Castilho chora no vestiário após a derrota para a Hungria por 4 a 2 na Copa do Mundo de 1954.

Castilho faz exame médico para o início dos preparativos da seleção brasileira em 1958.

No treino, Castilho brinca com Pelé. Aparecem Belini e Niltons Santos.
                 Uma das formações do Fluminense no campeonato carioca de 1959.

 Na sede nas Laranjeiras, os torcedores carregam Castilho pelo título carioca de 1959.

         Castilho na delegação brasileira no Chile por ocasião da Copa de 1962.
              Paulista e Castilho comemoram a conquista do título estadual de 1964.

Hoje, dia 27 de novembro de 2013, completaria 86 anos, o maior ídolo da história do Fluminense. Castilho defendeu o tricolor carioca durante 19 anos, de 1946 a 1965. Em sua homenagem mostramos alguns momentos marcantes da carreira de um dois maiores goleiros de todos os tempos.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Literatura Esportiva - I -

                                                Literatura Esportiva - I -

Recebi e agradeço o convite para o lançamento do livro "Quebrando as traves de 50 - glórias e castigo de Barbosa, maior goleiro da época romântica do futebol brasileiro. A autoria é de Bruno Freitas e a edição da IVentura.

O livro será lançado na próxima segunda-feira, dia 25 de novembro, às 19 horas, na Livraria Saraiva, na Av. Ataulfo de Paiva, no Leblon.

Nunca é demais lembrar de Moacir Barbosa. Tive a oportunidade de recebe-lo no programa Álbum dos Esportes, na antiga Rádio Capital, em 1984. Sua simplicidade não o deixava se vangloriar das inúmeros títulos conquistados.

Era marcante no seu relato, a mágoa por ter sido apontado como grande culpado da derrota brasileira na Copa de 1950. Tenho, como relíquia no meu acervo, a gravação da entrevista, onde ele conta em detalhes como aconteceu o gol de Gighia, que calou 200 mil pessoas no fatídico 16 de julho de 1950, no Maracanã.

A explicação convence porque é verdadeira. Se admitirmos que houve falha, ela tomou gigantesca proporção por ter ocorrido numa final de mundial contra a seleção brasileira na nossa terra, frustrando uma nação que confunde pátria com chuteiras.

Barbosa sempre será lembrado como um dos maiores goleiros da história do futebol mundial. Suas atuações sempre me impressionaram pela colocação, arrojo, elasticidade. Vê-lo jogar era um espetáculo à parte.

Ao mesmo tempo que quero parabenizar o autor e a editora pelo lançamento do livro, aproveito a oportunidade para homenagear o grande Barbosa, mostrando alguns momentos de sua brilhante carreira.

 
Em 1942, o início da carreira profissional no Ypiranga. Barbosa defende diante de Tim na partida contra o São Paulo
 
 
A grande conquista do Torneio dos Campeões, no Chile, em 1948. Barbosa foi um dos destaques do Vasco. Em pé, Augusto, Barbosa, Rafanelli, Danilo, Jorge e Eli; agachados, Djalma, Maneca, Friaça, Lelé, Chico e Mário Américo
 
 
Em 1951, Barbosa fechou o gol nas duas partidas entre Vasco e Penãrol, base da seleção uruguaia campeã mundial de 1950. Era a vingança do extraordinário goleiro.
 
 
Momento difícil na carreira de Barbosa. A fratura da perna num choque com Zezinho, do Botafogo, no Torneio Rio São Paulo de 1953.
 
 
Uma das defesas características de Barbosa: o salto para trás colocando a bola para escanteio. Lance na partida final contra a Portuguesa no Torneio Início de 1958.
 
 
Após vestir as camisas do Santa Cruz e do Bonsucesso, Barbosa retornou ao Vasco e conquistou os títulos do Torneio Início, Torneio Rio São Paulo e do Supersuper carioca, em 1958. No vestiário, Barbosa, Gradim e Almir.
 
No Santa Cruz, Barbosa conquistou o título de campeão da Copa Nordeste.
 
 
No Bonsucesso, Barbosa atuou ao lado de Bibi, Mauro, Maneca, seu ex companheiro no Vasco, e Nilo.
 
 
Convidado por João Ellis Filho, Presidente do Campo Grande, Barbosa defendeu o alvinegro da Zona Oeste, em 1962, ano em que o clube estreou na primeira divisão. Em pé, Barbosa, Atila, Viana, Guilherme, Dequinha e Darci; Nelsinho, Décio Esteves, Adilson, Dominguinhos e Roberto Peniche.
 
 
Após defender a seleção brasileira durante oito anos, Barbosa se despediu no sul americano de Lima, em 1953, no jogo com o Equador: em pé, Djalma Santos, Eli, Brandãozinho, Barbosa, Pinheiro e Alfredo; agachados, Mário Américo, Cláudio, Didi, Baltazar, Ademir e Rodrigues.   
 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

85 anos do "Gênio da folha seca"


                                85 anos do “Gênio da folha seca”


            Escrito pelo querido amigo e brilhante jornalista Péris Ribeiro, com prefácio do grande João Máximo, e editado pela Gryphus, a biografia do mestre Didi, sob o título de o “Gênio da folha seca”, é leitura obrigatória para os amantes do futebol.

            Aqui no Álbum dos Esportes”, lembramos o “Gênio da folha seca” na passagem de seus 85 anos completados, agora no céu, no dia 8 de outubro de 2013. 

Sebo de carneiro, a santa receita da vovó

O garoto campista Waldir Pereira, com oito anos, iniciou o contato com a bola no time do comerciante Manoel Tamanqueiro. As peladas eram sua maior diversão. Numa delas, aos treze anos, machucou seriamente o joelho esquerdo e teve que andar de muletas por um bom tempo. O diagnóstico era de que a sua perna ficaria dura para sempre. A avó passou a cuidar do neto. Aplicava sobre a perna machucada sebo aquecido de carneiro, remédio caseiro, que trouxe bons resultados. A inatividade atrofiou um pouco a perna esquerda e a encurtou alguns centímetros.

A infância e o início da carreira profissional

Didi relembrou alguns fatos que marcaram esse período da sua infância:
 
“De muletas e depois de cadeiras de rodas era um espectador. Era um menino triste, mas nunca perdi a esperança. Minha avó passava sebo de carneiro aquecido no meu joelho. Pouco a pouco fui melhorando e, ainda, meio capenga voltei a jogar futebol”.
 
Recuperado, Didi passou a defender às cores do Industrial F.C. até chegar aos 17 anos, quando iniciou a sua vida de jogador profissional:

“Vesti a camisa do Rio Branco, de Campos, no campeonato da cidade. Recebi uma carteira de motorista profissional e mil cruzeiros mensais. 

Convidado, pelo clube local, fui jogar em Lençóis, no interior paulista. Lá fiquei oito meses e depois retornei ao Rio Branco.

O Madureira no seu caminho 

Meu descobridor, na realidade, foi Benedito Rosa. Ele observava e levava jogadores para times cariocas. Benedito foi a Campos observar alguns jogadores e os dois que o interessavam não aceitaram vir para o Rio. Benedito, então, convidou o Sula, Dodô, meu irmão, e a mim para fazer experiência no Madureira.

Viajamos dois dias e duas noites de trem, sem dormir, até Araraquara, onde estava a delegação do Madureira. Jogamos no dia seguinte e Sula e Dodô entraram desde o início da partida. Eu entrei no segundo tempo e nunca mais saí do time. O técnico era o Plácido Monsores”.

O Madureira, inicialmente, não aceitou a proposta de 5 mil cruzeiros de luvas e 800 cruzeiros mensais pedida por Didi. Diante da negativa, ele pegou as malas e rumou para estação, a fim de voltar para Campos. Esperava o trem, quando um diretor do clube suburbano apareceu e lhe informou que a proposta estava aceita.

No seu time e nas equipes adversárias, Didi encontrou jogadores que eram seus ídolos. No Madureira, jogava ao lado de Bitum, Arati, Godofredo e nos outros times enfrentava Zizinho, Danilo, Ademir, Maneca.

O gol histórico na inauguração do Maracanã

As atuações de Didi chamaram à atenção dos grandes clubes cariocas. Em 1949, ia ser vendido para o Vasco da Gama, porém os diretores do Fluminense tomaram à frente e viajaram para São Lourenço, onde se encontrava Aniceto Moscoso, presidente do Madureira. Aceita a proposta tricolor, Didi passou a ser jogador do Fluminense. No novo clube, o futebol de Didi cresceu e ele adquiriu a estabilidade profissional:

“Era o ano de 1949, quando passei a vestir a camisa, também, tricolor do Fluminense. No campeonato carioca fomos vice-campeões. No ano seguinte, na inauguração do Maracanã, jogando pela seleção carioca de novos contra os paulistas marquei o primeiro gol no grande estádio.
 
Didi estreou no Fluminense na partida diante do Arsenal, em São Januário, entrando no 2º tempo no lugar de Orlando. O tricolor carioca perdeu por 5 a 1.

Alegrias e tristezas

Em 1951, conquistei o primeiro campeonato carioca na minha carreira. Em meio à alegria, a tristeza de ter quebrado a perna do Mendonça, na primeira partida decisiva contra o Bangu. Fui acusado de criminoso, desleal e muito mais. Foi um momento muito difícil.

Sofri duas grandes decepções nos dois anos seguintes. As perdas do sul-americano, em Lima, e do mundial, em 54, na Suíça. Com relação à Copa do Mundo fui acusado de mercenário e de não ter garra”.

A inauguração do Maracanã tornou-se o maior acontecimento do futebol brasileiro. A partida inaugural, no dia 18 de junho, reuniria as seleções de novos do Rio e de São Paulo. Na lista dos convocados para a seleção carioca estava o nome de Didi. Os paulistas venceram por 3 a 1, mas o nome de Didi ficou para a história do grande palco esportivo, porque ele abriu a contagem, marcando o primeiro gol da história do gigante de cimento armando, um dos orgulhos da engenharia brasileira.

Campeão carioca pelo Fluminense, em 1951, Didi foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira por Zezé Moreira, seu técnico no Fluminense. Em Santiago, do Chile, Didi participou da conquista do primeiro título do selecionado principal brasileiro no exterior: 

“Estreei no jogo contra o México. Formei a linha atacante com Julinho, Baltazar, Ademir e Rodrigues. Fomos campeões, no Chile, conquistando o primeiro título no exterior”.

No mesmo ano, em que foi campeão pan-americano, Didi se sagrou, com o Fluminense, vencedor da II Copa Rio.

Lembrado, por Aimoré Moreira, Didi participou do sul-americano, de Lima. Os brasileiros foram vice-campeões, ficando o título com a seleção paraguaia dirigida por Fleitas Solich.

Em 1954, Zezé Moreira o chamou mais uma vez para defender o selecionado brasileiro. Na Suíça, após o Brasil ser eliminado pela Hungria (4 a 2), Didi era acusado de displicente e mercenário. Seus detratores diziam que ele só jogava no clube, onde ganhava elevada quantia.

Problemas particulares e a saída do Fluminense

Seus problemas pessoais passaram a interferir negativamente na sua vida profissional. O romance, por vezes, tumultuado com Guiomar, afetava seu rendimento em campo. Começaram os atritos entre Didi e o Fluminense. Depois de sumir quase duas semanas, a direção tricolor sentiu que Didi era um grande problema para o clube.

Em 1956, a diretoria do Botafogo, liderada por Renato Estelita, Ademar Bebiano e João Saldanha, partiu para a formação de um grande time. Didi era o jogador que o clube queria para iniciar uma nova era em General Severiano. O Fluminense dificultou de todas as maneiras à venda do craque, pedindo alto pelo passe e exigindo dinheiro vivo e à vista. As exigências foram atendidas e Didi, em abril de 1956, vestia a camisa botafoguense.

O primeiro título no Botafogo e a promessa cumprida

No dia em que assinou contrato com o Botafogo, Didi declarou:

 “Um dia em que o torcedor pensar em nós como seres humanos, saberá perdoar um erro ou outro. Diziam que eu não era de nada, que eu não gostava de jogar no Fluminense. Nada disso. Sempre tentei dar o máximo, mas os meus problemas particulares roubavam-me a calma e sem calma quem é que produz?”

O título de campeão carioca de 1957, primeiro conquistado com a camisa do Botafogo, foi exatamente numa final inesquecível contra o Fluminense. Depois dos 6 a 2, Didi cumpriu a promessa que fizera, caso conquistasse o campeonato, e caminhou do Maracanã até o seu apartamento no Edifício Guiomar, na Rua Coelho Neto, 41, em frente ao estádio do Fluminense, acompanhado por uma multidão de torcedores, para tristeza do meu amigo tricolor Sérgio Lago, que morava no mesmo prédio.

A “folha seca” leva o Brasil à Suécia


Terminado o Torneio Rio-São Paulo, em abril de 1958, com o Botafogo em 5o lugar, ao lado do Fluminense e atrás do Vasco, Flamengo, Corinthians e São Paulo, as atenções se voltavam para a Copa do Mundo.

Didi, naquele momento, expressava a sua vontade de ir à Suécia e depois jogar no futebol europeu. Disse, na oportunidade, que gostaria de vestir a camisa da seleção, porque seria a última vez. Estava esperando terminar o seu contrato com o Botafogo para ir jogar na Europa. Desejava, também, que a sua filha estudasse lá.  

Mais uma vez convocado, Didi disputou o lugar no time principal com o meia Moacir, que se saiu muito bem nos treinos. Ao questionarem sobre quem seria o titular, ele respondeu com a célebre frase: “Treino é treino, jogo é jogo”.

Didi carimbou o passaporte da seleção brasileira, nas eliminatórias para Copa de 58, ao marcar o famoso gol de “folha seca” contra o Peru, no Maracanã. O Brasil viajou para a Suécia, conquistou o mundial e Didi recebeu o título de melhor jogador do campeonato.

Rumo à Espanha

Notícias diziam que o Valência compraria o seu passe. Porém, quando o dirigente espanhol chegou ao Brasil, o interesse era por Joel ponta direita do Flamengo. A quantia para levar Didi era muito alta e o Valência desistiu.

Didi disputou o supersuper carioca de 58 e em 59, ano em que o seu sonho de jogar na Europa se realizou, disputou algumas partidas do campeonato carioca. No dia do embarque para Madri, encontrou-se com o Presidente Juscelino Kubitschek. Entrou-lhe a camisa 6, com que foi campeão do mundo, na Suécia, numa homenagem aos operários que construíram Brasília, inaugurada um ano depois.

No Real Madri, Didi encontrou um time de supercraques. Lá estavam o brasileiro Canário, ex-jogador do Olaria e do América, Puskas, da extraordinária seleção húngara de 54, Di Stéfano, o zagueiro uruguaio Santamaria, o francês Kopa e outros bons jogadores.

O conflito de vaidades entre Didi e Di Stéfano, argentino naturalizado espanhol e principal estrela do time, abreviou a permanência de Didi no futebol europeu. Sem ambiente no clube e com alguns problemas pessoais, desesperado, escrevia cartas para retornar ao ninho antigo.

O retorno ao Botafogo

Didi voltou a vestir a camisa do Botafogo, na noite de 28 de agosto de 1960, contra o Vasco. O Botafogo perdeu por 2 a 0 e a partir desse jogo iniciou uma série invicta de trinta e oito jogos até 17 de dezembro de 1961, quando foi derrotado pelo América por 2 a 1. O forte time alvinegro sagrou-se bicampeão estadual de 1961/62. 

Bicampeão mundial no Chile

Depois do título estadual de 61, vieram os preparativos para o Mundial do Chile. Aimoré Moreira, técnico que substituiu Vicente Feola, incluiu o nome de Didi na lista dos convocados. Agora, a disputa da posição era com o santista Mengálvio.

Com 34 anos, o veterano craque assumia o posto de titular da seleção e se sagrava bicampeão mundial. No vestiário, antes do jogo contra a Espanha, Nilton Santos calçava as chuteiras ao seu lado e ouviu Didi resmungar: “Vou mostrar aquele filho da puta como se joga futebol”, referindo-se a Di Stéfano que sem condições de jogar estava no banco espanhol. Nilton Santos virou-se e disse “não vai mostrar nada, vai jogar sério para nós não nos fudermos”. Didi não jogou uma grande partida, mas o Brasil venceu com a decisiva participação dos alvinegros Garrincha e Amarildo.

Novos rumos: Lima, Rio de Janeiro, São Paulo e a carreira de técnico

No segundo ano do bi estadual, Didi atuou em alguns jogos, porque seguiu para o Peru. O pensamento era, além de jogar no Sporting Cristal, iniciar a carreira de treinador. Dois anos depois, Didi estava novamente de volta ao Botafogo.

Em 65, foi para o México treinar o Vera Cruz. Voltou a jogar, em 66, no São Paulo. Vestiu a camisa tricolor em algumas partidas e sentiu que estava na hora de descalçar as chuteiras. 

A carreira de técnico de Didi teve momentos de glória. Nas eliminatórias da Copa de 70, classificou a seleção peruana ao empatar com a Argentina, em Buenos Aires; no México chegou as quartas de final, quando perdeu para a seleção brasileira por 4 a 2; dirigiu o Fluminense, na época da “máquina”; foi técnico do River Plate, da Argentina, barrando os medalhões e promovendo jovens valores; esteve no futebol árabe e na Turquia, onde, também, foi ídolo; em 1984 treinou o Botafogo e, também, dirigiu o Bangu.

Didi era um apaixonado pelo futebol, especialmente, pelo futebol arte que ele praticou em toda sua brilhante carreira. Pude sentir toda essa paixão quando conversamos, em sua casa, na Ilha do Governador.

Na presença do meu querido amigo e jornalista Marco Tinoco, que me levou ao encontro do “Mestre”, foram horas de boa conversa e aprendizado sobre o mundo mágico do futebol. Sua forma elegante de jogar levou o jornalista Nelson Rodrigues a chamá-lo de “Príncipe Etíope”. O craque também passou a ser conhecido por “Mister Futebol”.


Didi recebe o prêmio pelo título carioca de 1951 das mãos do Presidente do Fluminense Fábio Carneiro de Mendonça, tendo ao lado Benício Ferreira Filho.

Em 1952, no vestiário após a conquista da Taça Rio, Didi se enrola na bandeira do Fluminense.

Nos primeiros dias no Botafogo, Didi antes de um treino com Domício, Zezé Moreira e Rodrigues.

Em 1957, na goleada por 6 a 2 do Combinado Botafogo-Flamengo sobre o Honved, Didi marca de pênalti, deslocando o goleiro húngaro

Após a vitória por 6 a 2 diante do Fluminense, Didi e Guiomar iniciam a caminhada do Maracanã até às Laranjeiras. A promessa foi cumprida.

Didi e Guiomar mostram a faixa do título estadual de 1957.

Na vitória de 1 a 0 sobre o Peru, a "folha seca" de Didi carimbou o passaporte brasileiro para a Copa de 1958. O goleiro Asca apenas olha a bola na rede peruana.


Na vitória de 5 a 2 diante da França, a "folha seca" de Didi entrou no ângulo da meta de Abbes.

Didi entra em campo para enfrentar a Suécia, na final da Copa de 58. Aparecem Nilton Santos, Pelé, Vavá, Zito e Garrincha.

O "Mister Futebol", melhor jogador do mundial de 1958, recebe o cumprimento do Rei Gustavo, da Suécia.

No sul-americano extra de Buenos Aires, em 1959, o Brasil foi vice campeão invicto. No jogo diante do Uruguai, vencido pelos brasileiros por 3 a 1, a briga entre os jogadores foi generalizada. Didi aplicada uma voadora num adversário. Belini e Pelé também brigam.

No time de craques do Real Madri, Didi entre Di Stefano e Puskas.

Didi retorna ao Botafogo

Após a vitória sobre a Tchecoslováquia por 3 a 1, na final da Copa de 62, no Chile, Didi ouve o hino nacional brasileiro.

Bicampeão mundial, Didi ergue a Taça Jules Rimet.

Didi e Aymoré Moreira, no São Paulo, último clube do craque na sua carreira de jogador.

Jogadores e torcedores peruanos carregam Didi após a classificação para a Copa do Mundo de 70, no México.

Em 2000, Didi deixou a marca de seus pés na calçada da fama, no Maracanã.

"O Gênio da Folha Seca", o excelente livro do jornalista Péris Ribeiro, conta a vida de Didi.
 
Quando faleceu, Np dia 12 de maio de 2001, o corpo de Didi saiu da sede do Botafogo, em General Severiano, coberto pelas bandeiras do Botafogo e do Fluminense.

 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

80 anos do artilheiro que não sorria


                                  80 anos do artilheiro que não sorria               

A vida de Quarentinha está contada na sua excelente biografia, sob o título de “Quarentinha o artilheiro que não sorria”, escrita por Rafael Casé. Aqui nós queremos homenagear o grande artilheiro que era temido pelos goleiros em razão de seu potente chute. 

No dia 15 de setembro de 2013, Quarentinha completaria 80 anos. Tivemos a oportunidade de vê-lo jogar e várias oportunidades estufar as redes adversárias, vestindo as camisas do Botafogo, Bonsucesso e das seleções carioca e brasileira.

O garoto Waldir da Silva Labrego, quando começou a dar os primeiros passos no futebol nas peladas e no time do colégio, era identificado como o filho do Quarenta, conhecido jogador do Paysandu, e passou a ser chamado de Quarentinha. O menino Waldir seguiu as pegadas do pai e vestiu a camisa azul e branca do Papão do Curuzu.

A ida para o Botafogo

A fama de artilheiro e a potência de seus chutes atraíram os dirigentes de outros clubes fora de seu estado natal. Num jogo diante do Vasco, cujo time realizou alguns amistosos pelo norte do país, Quarentinha marcou os três gols do Paysandu na goleada de 9 a 3 sofrida pelo clube paraense. Era uma grande façanha marcar três gols na defesa campeã carioca de 52 e no famoso goleiro Barbosa.

Contratado pelo Vitória, de Salvador, Quarentinha chegou a disputar o campeonato brasileiro de seleções em 1953, ocasião em que seu bom futebol teve maior visibilidade. Com o aval do técnico Gentil Cardoso, o clube de General Severiano apresentou a proposta para comprar o passe do artilheiro do Vitória. A quantia oferecida e aceita pelo clube baiano era de trezentos e cinquenta mil cruzeiros.

Mesmo com tudo acertado entre os dois clubes, Quarentinha somente viajou para o Rio após assinar o contrato com o Botafogo. Sua estreia com a nova camisa ocorreu no dia 26 de junho de 1954 contra o São Paulo. A partida válida pelo Torneio Rio-São Paulo terminou com a vitória do Botafogo por 5 a 1, gols de Dino (2), Carlyle, Paulinho Omena e do estreante Quarentinha de pênalti. A batida da penalidade máxima impressionou pela violência do chute que estufou a rede do goleiro Poy.

O empréstimo ao Bonsucesso e a volta por cima

Escalado em várias oportunidades fora de sua verdadeira posição, os gols escassearam. De temperamento introvertido, Quarentinha não reclamava mesmo quando jogava nos aspirantes. Desestimulado passou a não se cuidar e cometer alguns atos de indisciplina. Para castigá-lo a diretoria presidida por Paulo Azeredo resolveu emprestá-lo ao Bonsucesso depois da péssima campanha do time no campeonato de 55 quando não se classificou para a disputa do terceiro turno.

Em Teixeira de Castro, reencontrou Gentil Cardoso que conhecia seu potencial. Na equipe rubro-anil formou uma excelente ala esquerda com Nilo. Os gols voltaram a aparecer no campeonato carioca de 1956.

No ano seguinte, João Saldanha assumiu a direção técnica do Botafogo. De volta a General Severiano, Quarentinha encontrou em Saldanha um verdadeiro amigo e uma equipe bem diferente. Nela passou a ser peça da maior importância. Ele, Garrincha, Didi, Paulinho Valentim e Edson formaram a linha atacante campeã carioca de 1957.

Seus gols com a camisa alvinegra se sucediam e Quarentinha foi artilheiro carioca por três temporadas consecutivas: 20 gols em 58; 25 em 59 e 25 em 60. No Rio-São Paulo de 1962 atingiu a marca até hoje não superada de 36 gols. Quarentinha nas 446 partidas com a camisa da estrela solitária marcou 313 gols e é o maior artilheiro da história do Botafogo.

A excelente média de gols na seleção

Em dezessete partidas na seleção brasileira, Quarentinha assinalou 17 gols, obtendo a média de um gol por partida. Sua estreia aconteceu contra o Chile, no dia 17 de setembro de 1959, no Maracanã, pela Taça Bernard O`Higgins. O Brasil venceu por 7 a 0, gols de Dorval (3), Quarentinha (2), Pelé e Dino Sani. No segundo jogo diante dos chilenos, em São Paulo, o Brasil ganhou por 1 a 0, gol de Quarentinha.

Em maio de 1960, Quarentinha esteve com a seleção brasileira na Europa e na República Árabe Unida. Marcou dois gols contra o Egito (Brasil 3 a 0), um diante do Malmoe, da Suécia (Brasil 7 a 1), dois frente a Dinamarca (Brasil 4 a 3) e um contra o Sporting (Brasil 4 a 0). No ano seguinte fez um gol na partida diante do Paraguai (3 a 2).

O nome de Quarentinha constou da lista de convocados para a Copa de 62. Aymoré Moreira preferiu levar Coutinho, do Santos, e cortou o atacante do Botafogo.

Em 1963, o selecionado brasileiro realizou mais uma excursão por países europeus, jogando também no Egito e em Israel. Quarentinha marcou contra o Egito (Brasil 1 a 0) e fez dois gol diante de Israel (Brasil 5 a 0) e um frente a seleção de Berlim (Brasil 3 a 0).
A saída do Botafogo e o fim da carreira

No último ano em que vestiu a camisa alvinegra, Quarentinha pouco vezes jogou na equipe titular. As propostas chegavam à diretoria alvinegra para a compra de seu passe e o clube não o deixava sair.

Finalmente, em fevereiro de 65, o Botafogo vendeu o passe de Quarentinha para o Union Magdalena, da cidade colombiana de Santa Marta. Jogou depois no Deportivo Cali e no Atlético de Barranquilla.

Quando retornou ao Brasil, em 1968, Quarentinha estava com 34 anos. Jogou por pouco tempo no Olaria e foi encerrar a carreira no futebol catarinense, onde atuou por três clubes:
No campeonato carioca de 1954, Quarentinha formou com Dino e Carlyle o trio atacante alvinegro
 
No campeonato carioca de 1956, Quarentinha dribla Chamorro e marca contra o Flamengo
 
Em 1959, Quarentinha integrou a seleção brasileira: em pé, Djalma Santos, Zito, Belini, Coronel, Orlando e Gilmar; agachados, Mário Américo, Dorval, Dino Sani, Quarentinha, Pelé e Zagallo
 
 
Antes da final do campeonato estadual de 1962, Quarentinha, Armando Marques e Jordan. O Botafogo venceu por 3 a 0.
 
Quarentinha dá a meia bicicleta, Fernando solta e Garrincha marca o terceiro gol do Botafogo
 
No Atlético Júnior de Barranquilla, Quarentinha jogou com Oto, Dida, Romeiro e Othon
 
"Quarentinha o artilheiro que não sorria", biografia escrita por Rafael Casé
 
América, de Joinville, Hercílio Luz, de Tubarão, e Clube Náutico Almirante Barroso, de Itajaí.

O maior artilheiro da história do Botafogo perguntado por que não vibrava após um gol, respondia: “Sou pago para fazer gols.”