“Pingo de Ouro”, o artilheiro que
parou o “Expresso”
Orlando “Pingo de
Ouro”, um dos melhores atacantes do Fluminense nas décadas de 40 e 50, seguiu a
carreira de jogador de futebol influenciado por seus quatro irmãos,
especialmente, Tará, o mais velho, que foi um dos maiores jogadores de todos os
tempos no futebol pernambucano.
Seu pai não queria
ver seus filhos como jogadores de futebol, porém não conseguiu seu objetivo.
Orlando, o mais novo, dá seus primeiros passos no juvenil do Clube Náutico
Capibaribe, em 1941. No ano seguinte, com 16 anos, sem passar pelos aspirantes,
é titular do Náutico, onde conquistou dois títulos estaduais. Convocado para a
seleção pernambucana, em 1944, enfrentou os gaúchos em São Paulo.
Perguntado sobre a influência do
futebol carioca, em Pernambuco, numa época em que não existia televisão,
Orlando esclareceu:
“O futebol carioca despertava
muito mais interesse do que hoje. Hoje, com esse intercâmbio, eles passaram a
ver que o futebol daqui não é tão melhor do que o de lá. Naquela época, que não
tinha televisão, nós tínhamos os jogadores do Rio e de São Paulo como
verdadeiros ídolos. Pessoas que estavam num plano muito superior, mesmo
inatingível. Tínhamos verdadeira loucura e ouvíamos os jogos pelo rádio de São
Paulo e, principalmente, do Rio. Eu era Fluminense e fã do Tim e do Romeu e
sonhava jogar no Rio pelo Fluminense”.
A vinda de Orlando para o
Fluminense, segundo seu relato foi um pouco acidentada:
“Eu era fã do Fluminense, louco
para vir para o Rio, que naquela época era o paraíso do Brasil. Era o sonho de
todo mundo, não só do jogador de futebol. Quem morava lá para o norte ou em
qualquer lugar do Brasil sonhava em conhecer o Rio.
Eu chegando aqui me admirei com
a minha popularidade, porque lá no norte não sabia de nada. Ao fazer escala no
Rio, antes de viajar para São Paulo onde enfrentaríamos os gaúchos, fui
recebido pelo Jorge Fernandes, Oficial da Marinha, que me indicara ao
Fluminense, e com ele fui direto para Álvaro Chaves. Lá chegando me mostraram
um contrato e eu naquele afã de jogar pelo Fluminense, assinei um contrato em
branco”.
No ano anterior, 1943, o Fluminense já se interessava por Orlando,
porém o Náutico não negociou seu passe. Na renovação de contrato por um ano,
Orlando exigiu a estipulação de seu
passe, para facilitar qualquer futura transação, mesmo o clube pernambucano não
querendo liberá-lo para nenhuma outra agremiação.
Neto Campelo Júnior, presidente
do Náutico e botafoguense de coração, queria vê-lo vestindo a camisa
alvi-negra. Telefonou para Carlito Rocha oferecendo o jogador e o presidente do
Botafogo o perguntou: “Que tamanho ele tem?”. O doutor Neto respondeu: “Ele é
baixinho”. Carlito encerrou o assunto: “Jóquei eu já tenho dois aqui, Franquito
e Demóstenes”.
Orlando fez excelente partida
contra os gaúchos, despertando o interesse dos grandes clubes paulistas. Mas, o
contrato em branco, anteriormente, assinado o prendia ao clube de seu coração.
Ao retornar a Recife, depois de
servir a seleção pernambucana, Orlando sofreu uma séria lesão no joelho,
jogando pelo Náutico e o Fluminense não queria mais contratá-lo, diante das
notícias publicadas nos jornais do Rio: “Orlando inutilizado para o futebol”.
A pedido da diretoria do Fluminense, Jorge
Fernandes o levou a uma junta médica, cujo parecer atestava que Orlando estava
em condições de continuar praticando o futebol.
Orlando chega às Laranjeiras
“Vim para o Rio, mas não podia
nem dobrar a perna, porque ela saía do lugar. Tive uma ruptura do menisco e dos
ligamentos. Eu e o Rodrigues, que tinha vindo de São Paulo.
Minha estréia foi contra o
Bonsucesso. Mas, meu primeiro jogo nas Laranjeiras foi contra o América. Estava
1 a 1 e no finalzinho do jogo fiz o segundo gol. O jogo foi pelo campeonato
carioca de 1945”.
Em 44, o Fluminense não fez um
bom campeonato carioca e renovou o time para o ano seguinte, contratando entre
outros Carango, Geraldino, Haroldo, egressos do Canto do Rio. No ano de 45, a
equipe em formação, também, não faz um bom campeonato.
Orlando e o título de supercampeão
em 1946:
“O êxito veio em 46, quando o
Fluminense contratou Ademir e chegou ao título de supercampeão”.
Após a interferência do
companheiro Jaques Lílen, que escalou a equipe supercampeã com Robertinho,
Gualter e Haroldo; Paschoal, Telesca e Bigode; Pedro Amorim, Simões, Ademir,
Orlando e Rodrigues, Orlando prosseguiu seu relato sobre a campanha de 46:
“Os grandes times de qualquer
época você guarda. O torcedor do Botafogo guarda o de 48. Eu que não sou Vasco
e na época nem pensava em jogar futebol, jamais esqueci de Jaguaré, Brilhante e
Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Paschoal, Paes, 84, Mario Matos e Santana.
Futebol é conjunto. Não adianta ter uma quantidade enorme de craques e não
conseguir formar um conjunto.
Em 46, além dos bons valores que o Fluminense tinha, contratou o
Ademir, que era o Pelé da nossa época. Ademir veio dar uma grandeza ao time,
muita personalidade, porque ele era um artilheiro. Interessante, Ademir jogou
no Vasco e todo mundo dizia que o Jair carregava o Ademir. Ele era um jogador
maravilhoso e deu cartaz a mim, ao Jair, porque nós dávamos a bola e ele sabia
se colocar maravilhosamente bem. Ele era um artilheiro nato e enaltecia o nosso
passe, fazendo gols.
Mas, a grande campanha mesmo foi
no supercampeonato, porque nós disputamos o campeonato e terminaram empatados
quatro times: Fluminense, América, Botafogo e Flamengo. Você vê a superioridade
do Fluminense, principalmente de seu ataque, que no primeiro jogo contra o
América começamos perdendo por 2 a 0 e acabamos vencendo por 8 a 4. No returno,
ganhamos de 6 a 2. Pegamos o Flamengo, empatamos 1 a 1, no 1o turno
e ganhamos no 2o turno por 3 a 1. Vencemos o Botafogo por 3 a 0 e
depois por 1 a 0, gol de Ademir”.
No período de 47 a 50, o
Fluminense não conquistou nenhum título carioca. Orlando expôs as razões do
jejum tricolor e as que levaram a conquista do campeonato carioca em 51:
“Ademir voltou para o Vasco;
Pedro Amorim parou de jogar, Paschoal e Telesca estavam em final de carreira.
Eu fui o único jogador de 46, que se mantinha, ainda, no Fluminense, quando da
conquista do título de 51. Bigode, em 51, se transferiu para o Flamengo.
O Fluminense conseguiu Zezé
Moreira. Ele foi um grande timoneiro e impôs uma rígida disciplina tática. O
Fluminense era conhecido na época como timinho. Não era timinho, porque tinha
Castilho, Píndaro, Pinheiro, Vitor, Telê, Didi, Carlyle. Castilho veio do
Olaria; Pinheiro e Telê subiram do juvenil; Carlyle foi contratado do Atlético
Mineiro; Vitor veio do Bonsucesso; Edson veio de Minas”.
Perguntado por nós se a função
desempenhada por Telê era uma decisão do jogador ou estabelecida por Zezé
Moreira, Orlando respondeu sem deixar dúvidas:
“Naquela época ninguém fazia
nada de sua própria cabeça. Os técnicos tinham uma força incomensurável. Zezé
Moreira pegou Telê, que era centroavante do juvenil, jogador muito inteligente, de muita habilidade e o
colocou na ponta-direita, jogando recuado no meio de campo.
Zezé era de uma personalidade
gritante, a ponto de pedir a retirada do presidente do clube do vestiário,
porque ele queria dar instruções e não queria ninguém presente. Hoje em dia
não. Um jogador ganha mais do que o técnico e põe o técnico para fora.
Foi Zezé que esquematizou o time. O time era
defensivo, tanto que nós quase sempre ganhávamos de 1 a 0. O ponta adversário
pegava a bola, nosso beque já recuava, o meio de campo fechava o funil e
restava ao adversário centrar a bola. Aí nós tínhamos Castilho fabuloso.
Pinheiro muito alto e os ataques morriam ali”.
Com relação às críticas da
imprensa que insistia em chamar o Fluminense de “timinho”, Orlando explicou a
reação dele e de seus companheiros:
“Comentávamos muito sobre o
assunto e se pudéssemos nos rebelar, nos rebelaríamos, principalmente os
atacantes. Ficar lá na frente com o Carlyle era uma loucura. Mas, como
estávamos em grande forma e o Carlyle era um artilheiro muito bom, nós fazíamos
os gols do Fluminense.
Antes do título carioca em 51, o
Fluminense conquistou no dia 30 de junho de 1948, em Geral Severiano, o Torneio
Municipal, que Orlando afirmava ser a Taça Guanabara da época. Ele recordou esse
fato marcante da sua carreira:
“O Fluminense disputou a final
contra o Vasco da Gama, que participou do torneio com seu time reserva, o
chamado “Expressinho”.
O time principal viajou direto
de Santiago, onde se tornara campeão dos campeões, para Salvador. Lá venceu o E
C Bahia por 6 a l.
No primeiro jogo da
melhor de três, nós ganhamos do “Expressinho” por 4 a 1 e eu fiz os quatro
gols, sendo que um foi interessante, porque o Rodrigues chutou, a bola ia
ultrapassando a linha final e eu na corrida botei para dentro. Naquela época, o
Rodrigues ficou reclamando que eu tinha roubado o gol dele. Negócio de
rapaziada. Eu fui obrigado a declarar a imprensa toda que o gol foi do
Rodrigues para a boa harmonia da equipe. Disse, que quando toquei na bola, ela
já havia penetrado no gol. Mas, dei tanto azar que no dia seguinte o Jornal dos
Sports apresentou o lance do gol, mostrando que a bola, ainda, não havia
entrado.
Veio o 2o
jogo, que foi na Gávea. Nós perdemos por 2 a 1 e eu fiz o gol. Na terceira
partida todos esperavam que o “Expressinho” jogasse, já que vencera no domingo.
Os próprios jogadores do “Expressinho” não acreditavam que não jogariam, porque
já estavam no vestiário mudando de roupa. O time titular do Vasco se concentrou
na casa do João Silva, em Jacarepaguá. Nem a imprensa tomou conhecimento O
sigilo era absoluto. Quando os
jogadores estão trocando de roupa é que entra, já de roupa trocada, o time
principal e o Flávio diz que o Vasco precisa daquele título, comunicando aos
jogadores do time reserva que eles não vão jogar.
Nesta oportunidade,
nós já estávamos em campo. Tem uma fotografia muito sugestiva, onde os
jogadores do Fluminense, quando ouviram aquela explosão, ficaram de lado com os
olhos arregalados. Isso nos tirou a responsabilidade de ganhar da equipe
reserva do Vasco. Agora a responsabilidade era do Vasco em ganhar. Mas, nós
ganhamos por sorte, não realmente por qualidade. Eu fiz o gol. Um gol que a
gente faz e não sabe como é que fez. Deram a bola para a esquerda, Rodrigues
correu e centrou. Eu havia ultrapassado a bola, me virei, dei a levantada de
perna e pegou firme. A bola entrou no meio do gol e quando eu caí olhei. Por
sorte, por ser uma jogada imprevisível, o fotógrafo Ângelo, do O Jornal
conseguiu me pegar no ar. Daí por diante, o Vasco jogou dentro do nosso gol.
Mas, a competência do Castilho impediu que o Vasco marcasse”.
Orlando fez muitos
gols em vitórias do Fluminense por 1 a 0. Na sua opinião esses gols marcam o
jogador. Citou, como exemplos, além do gol marcado contra o Vasco, na decisão
do Torneio Municipal, os jogos contra o Flamengo nos 1o e 2o
turnos do campeonato carioca de 51 e a primeira partida da decisão contra o
Bangu no mesmo ano.
Por que “Pingo de
Ouro?” Orlando explicou a razão do apelido:
“Num jogo Fluminense
e Bonsucesso, no campo do Botafogo, vencemos por 5 a 2 e eu fiz quatro gols. A
tarde era chuvosa e no dia seguinte o José de Araújo escreveu no jornal, que o
Fluminense goleou o Bonsucesso e Orlando foi o “Pingo de Ouro”, porque eu
parecia um pingo d’água em todo o gramado e tinha sido de um brilhantismo
invulgar, que brilhava como se fosse ouro. Hoje, eu me apresento para ser
reconhecido como Orlando do Fluminense ou Orlando “Pingo de Ouro”.
Sobre o prestígio do
jogador junto à torcida na sua época e o que se observa hoje, Orlando deu sua
opinião:
“O Maracanã acabou
com os ídolos. Eu que vivo o dia a dia do Fluminense se encontrar na rua certos
jogadores não os reconheço. A distância, no Maracanã, entre a torcida e o
jogador é muito grande. Na nossa época os torcedores entravam em campo, nos
abraçavam e nos carregavam. Eu fui um dos jogadores mais carregados pela
torcida do Fluminense. O importante era o contato direto da torcida com o seu
ídolo. Além de conhecer o jogador, gostavam do craque, gostavam do homem, da
criatura humana. No Fluminense tinha jogos de manhã dos juvenis, à tarde dos
aspirantes e profissionais. Então, o associado ficava no clube o dia todo. Eles
sabiam de nossa vida e dos nossos problemas familiares”.
Em 1949, Orlando foi
convocado para a seleção brasileira, que disputou o sul-americano, no Brasil.
Para a meia-esquerda Flávio Costa chamou Orlando e Jair da Rosa Pinto. O “Pingo
de Ouro” fez um gol de bicicleta contra a Colômbia. Marcou diante do Peru e enfrentou
o Uruguai.
Orlando explicou
porque convocado entre os quarenta inscritos, não disputou o mundial de 50:
“Naquela época,
surgiu a idéia de que para ganhar campeonato, precisava-se de jogadores
grandes, fortes. Trocaram a habilidade pela força. Alfredo II, lateral do
Vasco, jogou até na ponta. Fui convocado e cortado. Nem treinei. Eles queriam
jogadores fortes para jogar com os europeus”.
Passado o ano de 51,
o Fluminense voltava a ser campeão carioca somente em 1959. Orlando nos relatou
o que aconteceu depois de 51 na sua carreira e a difícil relação com Zezé
Moreira:
“Apesar do Zezé ter
me mantido na equipe do Fluminense, eu sofri uma pressão muito grande por parte
dele. Zezé, não sei por que, não gostava do jogador ídolo. Hoje em dia somos
amigos Na oportunidade, ele fez tudo para que eu não continuasse no Fluminense.
Talvez, porque eu era um profissional cumpridor dos meus deveres e muita vezes
me rebelava contra a injustiça. Eu, também, me machuquei. Operei o outro joelho
e Zezé não me queria mais. Eu queria, ainda, o Fluminense. Achava que tinha
condições. Depois de operado, com afinco, dedicação, procurei me recuperar
rapidamente.
Eu treinava no time
reserva. Já estava em forma e liderava a equipe reserva. Você sabe que a equipe
reserva é a que normalmente ganha da equipe titular nos treinos, porque joga
descontraidamente. Enquanto os titulares eram pressionados, principalmente, com
Zezé em cima, em cima, nós jogávamos à vontade. Eu, então, era o técnico do
time de reservas. Mandava trocar passes, tocar a bola e ganhávamos. E, o Zezé
não gostava, porque no outro dia a imprensa ficava elogiando. Até que num
treino, me lembro bem, recebi uma bola, passei pelo Píndaro, Castilho saiu, eu
o driblei e fiquei com o gol totalmente vazio. Veio correndo de lá numa
disparada incrível o Vitor. Eu podia fazer o gol, mas dei um toque tão sutil na
bola, que o Vitor passou direto para dentro do gol. Eu entrei com a bola e aí
foi aquele aplauso da torcida. Zezé Moreira acabou com o treino, dizendo que eu
avacalhara com os companheiros e com ele também. Completou falando se fosse com
ele me daria um pontapé. No treino seguinte, eu dei um drible no Vitor e ele me
deu um pontapé. Dei-lhe um soco e o Zezé me expulsou de campo. Diante dessa situação,
ele não queria me botar para jogar. Iam jogar Fluminense e São Cristóvão e a
imprensa toda noticiava que eu ia jogar, porque eu sequei, no bom sentido, os
jogadores que iam jogar no meu lugar. O Vilalobos se machucou e os outros dois
também se machucaram. Entrei em campo embaixo de ovação e ele deu tanto azar,
que ganhamos de 2 a 0 e eu fiz os dois gols. O jogo seguinte foi contra o Madureira, em Conselheiro
Galvão. Lá cabeça era canela. Empatamos de 0 a 0 e eu não peguei na bola. Zezé
me tirou do time”.
Corria o ano de 1953
e o “Pingo de Ouro” deixou as Laranjeiras:
“Eu não queria, mas o Santos me ofereceu 30000 mil cruzeiros. Era muito
dinheiro. Fui para o Santos, mas não joguei bem. Me machuquei muito. Depois eu
fui para o Atlético Mineiro, recebendo muito menos. Já fui pensando em negócios
imobiliários. Fui artilheiro e campeão no Atlético Mineiro, com Ondino Viera
que levou o Santo Cristo.
Vim para o Rio e não queria mais jogar. Aí veja como é a vida. Zezé
Moreira tinha ido para o Botafogo e me convidou para jogar no Botafogo”.
Orlando teve uma rápida passagem pelo Canto do Rio, pelo qual disputou
um Torneio Início e foi considerado o melhor jogador do torneio.
Orlando
Viana, o “Pingo de Ouro”, lembrou o encerramento de sua carreira:
“No Brasil, o jogador de 30 anos, segundo a imprensa, quando joga bem é
igual ao vinho, porém quando joga mal sentiu o peso dos anos. Mas, eu não
queria mais jogar futebol, porque já estava me dedicando a outra atividade.
Desde que cheguei ao Rio, tinha uma meta comigo: deixar o futebol, sem que ele
me deixasse.
Larguei o Botafogo, no meio do campeonato, porque já estava atrapalhando
a minha outra vida profissional”.
Com a experiência de dezesseis anos de carreira, Orlando deixou
importantes conselhos para as futuras gerações:
“Primeiro tenham vergonha. Porque o homem que tem vergonha é um homem
sério. Jogador de futebol para ser craque precisa se respeitar. Respeitar a sua
profissão para que os outros o respeitem. Eu sempre me respeitei. Nunca bebi,
fumei, cheguei tarde a um treinamento. Nunca fui multado. Nunca fiz um vale
dentro do clube.
Para ser um grande
jogador não basta saber manejar uma bola, ser hábil, ser valente. Acima de tudo
tem que ser homem. Respeitar sua profissão, seus colegas. Tendo habilidade e
essas qualidades, vai vencer na vida em qualquer atividade que por ventura
venha seguir”.
A entrevista com o
saudoso e querido amigo Orlando “Pingo de Ouro”, segundo maior artilheiro do
Fluminense, foi realizada no programa “Álbum dos Esportes”, na Rádio Capital,
em 1984.
Foto 01 – Na temporada de 1942, Orlando no
início de careira com a camisa do Náutico foi a grande revelação do campeonato
pernambucano.
Foto 02 – Orlando no primeiro ano em que
vestiu a camisa do Fluminense: Batatais, Paschoal, Vicentini, Haroldo, Bigode e
Nanati; Pedro Amorim, Carango, Geraldino, Orlando e Rodrigues.
Foto 03 – Uma das formações do Fluminense
no supercampeonato carioca de 1946: Bigode, Paschoal, Telesca, Robertinho,
Gualter e Haroldo; Pedro Amorim, Ademir, Juvenal, Orlando e Rodrigues.
Foto 04 – Em 1948, o Bangu realizou uma
série de partidas no mês de inauguração do Estádio Proletário. Um dos
adversários foi o Fluminense que o venceu por 4 a 2. Antes da partida Domingos
da Guia e Orlando se cumprimentam na presença do árbitro Mário Vianna.
Foto 05 – Uma das formações do Fluminense
que disputou a série melhor 3 na decisão do título do Torneio Municipal de
1948: Castilho, Índio, Mirim, Pé de Valsa, Haroldo e Bigode; 109, Simões,
Rubinho, Orlando e Rodrigues.
Foto 06 – O gol de bicicleta de Orlando
“Pingo de Ouro” que derrotou o “Expresso da Vitória” do Vasco da Gama, no dia
30 de junho de 1948, há 70 anos, em General Severiano.
Foto 07 – Vestiário do Fluminense após a
grande conquista do Torneio Municipal de 1948. Aparecem Orlando, herói da
noite, e o técnico Ondino Viera.
Foto 08 – Antes da partida Fluminense 3 x
Racing 2, em Álvaro Chaves, em 1948, vemos Orlando e o argentino Mendes.
Foto 09 – Em 1949, Orlando fez parte do
elenco brasileiro que disputou o sul-americano. Antes de um treino vemos
Cláudio, Zizinho, Otávio, Orlando e Canhotinho.
Foto 10 – Escalado por Flávio Costa,
Orlando enfrentou o Peru, marcando o 7º gol brasileiro que fechou o placar em 7
a 1.
Foto 11 – Na partida diante da Colômbia,
Orlando deixou a sua marca de artilheiro com bela bicicleta na goleada por 5 a
0.
Foto 12 – Após marcar o gol da vitória
tricolor no Fla x Flu, no turno do campeonato carioca de 1951, Orlando comemora
com Didi e Carlyle.
Foto 13 – Equipe do Fluminense antes da
segunda partida da melhor de três diante do Bangu que decidiu o título do
campeonato carioca de 1951: Píndaro, Lafaiete, Vitor, Edson, Castilho e
Pinheiro; Lino, Orlando, Telê, Didi e Robson. O tricolor venceu por 2 a 0.
Foto 14 – Em 1952, o Fluminense estreou na
Taça Rio empatando com o Sporting por 0 a 0. Equipe tricolor antes da partida
diante dos portugueses: Píndaro, Edson, Jair Santana, Bigode, Castilho e
Pinheiro; Telê, Didi, Carlyle, Orlando e Robson.
Foto 15 – Orlando e Pereira Natero em lance
do jogo Fluminense 3 x Peñarol 0 pela Taça Rio.
Foto 16 – No vestiário depois da partida
entre Fluminense e Nacional pela Copa Montevidéu de 1953, Orlando é examinado
pelo médico Dr. Dourado Lopes. Os jogadores do Fluminense foram agredidos numa
briga generalizada que ficou conhecida como “A batalha de Montevidéu”. 0 a 0
foi o resultado do jogo.
Foto 17 – Em 3 de outubro de 1953, Orlando
estreou no Santos contra o Comercial. Ele marcou o primeiro gol na vitória por
2 a 0.
Foto 18 – Linha atacante do Atlético
Mineiro no campeonato estadual de 1954: Lucas, Miranda, Joel, Orlando e Amorim.
Foto 19 - Time do Canto do Rio em 1956:
Lafaiete, Veludo, Eli, Vitor, Duque e Hélcio; Jairo, Julinho, Zequinha, Orlando
e Ari.
Foto 20 – Orlando “Pingo de Ouro” quando
vestiu a camisa do Botafogo.
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