Adeus a
rainha do tênis brasileiro
As conquistas da paulistana Maria Ester Bueno, ao longo da sua brilhante
carreira, a coloraram na condição de “Rainha do Tênis Brasileiro”. Foram 589
títulos, sendo 19 vitórias em torneios Grand Slams, vários títulos de simples e
dupla, homenageada com o troféu de melhor do mundo em 1959 e 1960 e incluída na
Galeria da Fama por sua extraordinária trajetória como desportista.
Filha de uma família envolvida em
esportes, com o pai tenistas e remador e a mãe jogadora não profissional de
vôlei, começou a vida nas quadras bem cedo ao lado do irmão Pedro, com quem
treinava, jogava e viajava junto. O apoio da família a levou a torneios
infanto-juvenis em São Paulo e no resto do Brasil. Aos 14 anos ganhou, com
diferença de dois meses, um campeonato juvenil e outro adulto. Daí foi
convidada para jogar no torneio americano Orange Bowl, quando ganhou 14 dos 15
jogos. Surgiram os convites para a Europa, Austrália e África do Sul. Muito
jovem, quase uma criança, cresceu a cada disputa, convivendo com a pressão
emocional e as saudades da família:
“Me propus a jogar e era o que eu gostava. Os sacrifícios eram enormes,
mas valeu a pena. Faria tudo de novo. Fui muito bem recebida no mundo inteiro.
Mesmo jogando com italianos na Itália ou ingleses na Inglaterra, as pessoas me
apoiavam e ganhei muitos e muitos jogos por causa do apoio da torcida. Como
latina não conseguia esconder o que estava sentindo e as pessoas apreciavam
isso. Se estava bom, tinha a torcida me alegrando e vibrando. Se estava ruim, a
torcida sofria junto comigo também”.
Numa época em que a medicina esportiva não contava com tantos recursos de
preparadores físicos, fisioterapeutas e tecnologia avançada, Maria Ester Bueno
conquistou dois títulos mundiais, com dores no ombro em 1958, e três torneios
de simples em Wimbledon com problemas no braço e nas costas.
Se por um lado, os recursos atuais cuidam da parte física dos atletas,
por outro foi-se o romantismo e a elegância do esporte. A começar pelas roupas,
que deram a ela o apelido de “Bailarina de Wimbledon”. Seus vestidos,
confeccionados pelo estilista inglês Ted Tinling, especializado em roupas para
quadras, encantavam os expectadores:
“Eram verdadeiros vestidos de noite, porém curtos, em seda e com bordados
em pérola. Nunca ninguém se vestiria do mesmo jeito que o adversário, não tinha
nada feito em série. Era um elegante ballet com roupas de noite”.
Os encontros com grandes personalidades mundiais mostraram a importância
da tenista brasileira também fora das quadras. Teve a honra de conhecer o Papa,
almoçou e jantou com a Rainha Elizabeth II, jogou tênis com a princesa Diana,
mãe de dois alunos ilustres, William e Harry.
Por fim, às novas gerações, deixou um inspirador recado: “O importante é
fazer o que gosta e fazer com carinho e determinação. Temos que ver os
obstáculos como desafios”.
F01 – Maria Ester
Bueno, no início de carreira, confere o quadro que publica a conquista de um
título.
F02 – A tenista
brasileira, após sua primeira conquista em Wimbledon, recebe o troféu das mãos
da Duquesa de Kent.
F03 – Maria Ester e o
belo e cobiçado troféu de Wimbledon.
F04 – Em julho de
1959, após importantes conquistas, a extraordinária tenista desembarca em solo
brasileiro.
F05 – Grande público
recebeu Maria Ester Bueno para homenageá-la.
F06 – O presidente
Juscelino Kubistchek prestou sua homenagem em nome do povo brasileiro.
F07 – Esterzinha
externa seu carinho à imprensa esportiva.
F08 – Maria Ester
Bueno e Althéa Gibson campeãs em Wimbledon.
F09 – Em 1960, bicampeã
mundial ao lado de sua adversária.
F10 – O Clube de
Regatas Tietê homenageou sua grande campeã, mandando erguer uma estátua de
bronze na entrada de sua sede em 1960.
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