segunda-feira, 11 de junho de 2018




                                    Adeus a rainha do tênis brasileiro

As conquistas da paulistana Maria Ester Bueno, ao longo da sua brilhante carreira, a coloraram na condição de “Rainha do Tênis Brasileiro”. Foram 589 títulos, sendo 19 vitórias em torneios Grand Slams, vários títulos de simples e dupla, homenageada com o troféu de melhor do mundo em 1959 e 1960 e incluída na Galeria da Fama por sua extraordinária trajetória como desportista.
 Filha de uma família envolvida em esportes, com o pai tenistas e remador e a mãe jogadora não profissional de vôlei, começou a vida nas quadras bem cedo ao lado do irmão Pedro, com quem treinava, jogava e viajava junto. O apoio da família a levou a torneios infanto-juvenis em São Paulo e no resto do Brasil. Aos 14 anos ganhou, com diferença de dois meses, um campeonato juvenil e outro adulto. Daí foi convidada para jogar no torneio americano Orange Bowl, quando ganhou 14 dos 15 jogos. Surgiram os convites para a Europa, Austrália e África do Sul. Muito jovem, quase uma criança, cresceu a cada disputa, convivendo com a pressão emocional e as saudades da família:
“Me propus a jogar e era o que eu gostava. Os sacrifícios eram enormes, mas valeu a pena. Faria tudo de novo. Fui muito bem recebida no mundo inteiro. Mesmo jogando com italianos na Itália ou ingleses na Inglaterra, as pessoas me apoiavam e ganhei muitos e muitos jogos por causa do apoio da torcida. Como latina não conseguia esconder o que estava sentindo e as pessoas apreciavam isso. Se estava bom, tinha a torcida me alegrando e vibrando. Se estava ruim, a torcida sofria junto comigo também”.
Numa época em que a medicina esportiva não contava com tantos recursos de preparadores físicos, fisioterapeutas e tecnologia avançada, Maria Ester Bueno conquistou dois títulos mundiais, com dores no ombro em 1958, e três torneios de simples em Wimbledon com problemas no braço e nas costas.
Se por um lado, os recursos atuais cuidam da parte física dos atletas, por outro foi-se o romantismo e a elegância do esporte. A começar pelas roupas, que deram a ela o apelido de “Bailarina de Wimbledon”. Seus vestidos, confeccionados pelo estilista inglês Ted Tinling, especializado em roupas para quadras, encantavam os expectadores:
“Eram verdadeiros vestidos de noite, porém curtos, em seda e com bordados em pérola. Nunca ninguém se vestiria do mesmo jeito que o adversário, não tinha nada feito em série. Era um elegante ballet com roupas de noite”.
Os encontros com grandes personalidades mundiais mostraram a importância da tenista brasileira também fora das quadras. Teve a honra de conhecer o Papa, almoçou e jantou com a Rainha Elizabeth II, jogou tênis com a princesa Diana, mãe de dois alunos ilustres, William e Harry.
Por fim, às novas gerações, deixou um inspirador recado: “O importante é fazer o que gosta e fazer com carinho e determinação. Temos que ver os obstáculos como desafios”.











F01 – Maria Ester Bueno, no início de carreira, confere o quadro que publica a conquista de um título.
F02 – A tenista brasileira, após sua primeira conquista em Wimbledon, recebe o troféu das mãos da Duquesa de Kent.
F03 – Maria Ester e o belo e cobiçado troféu de Wimbledon.
F04 – Em julho de 1959, após importantes conquistas, a extraordinária tenista desembarca em solo brasileiro.
F05 – Grande público recebeu Maria Ester Bueno para homenageá-la.
F06 – O presidente Juscelino Kubistchek prestou sua homenagem em nome do povo brasileiro.
F07 – Esterzinha externa seu carinho à imprensa esportiva.
F08 – Maria Ester Bueno e Althéa Gibson campeãs em Wimbledon.
F09 – Em 1960, bicampeã mundial ao lado de sua adversária.
F10 – O Clube de Regatas Tietê homenageou sua grande campeã, mandando erguer uma estátua de bronze na entrada de sua sede em 1960.

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