O primeiro gol ninguém esquece
No próximo domingo. 16 de junho de 2013, há 63 anos, o
Estádio do Maracanã era inaugurado, um
mês antes da abertura do campeonato mundial de futebol.
O primeiro espetáculo oferecido ao público, no colosso de
cimento armado, apresentou as seleções de novos do Rio e de São Paulo. Antes de
a bola rolar o público acompanhou os costumeiros discursos proferidos pelas
autoridades presentes.
Todos nós estávamos na expectativa da entrada dos
selecionados carioca e paulista. Testemunhávamos o início de uma nova era no
futebol brasileiro. O primeiro grito de gol no novo estádio aconteceu logo aos 10 minutos
do primeiro tempo. Numa jogada da dupla tricolor Carlyle e Didi, os cariocas
abriram o marcador.
O mineiro Carlyle, mais famoso, na época, do que seu
companheiro, deu o passe para o campista Didi, cuja fama com o passar do tempo
ganhou o mundo, fizesse o primeiro gol no maior palco de futebol do planeta. O
Maracanã nos enchia de orgulho.
Nas últimas semanas, após as grandiosas e dispendiosas
obras exigidas pela FIFA, as autoridades e a mídia não cansaram de falar em reabertura
e reinauguração do Maracanã. Na verdade, nem uma coisa nem outra. O que houve
foi a inauguração de um novo estádio. Como o anterior, ele se chamará Mário
Filho e popularmente de Maracanã.
Não existem mais lugares para os geraldinos e arquibaldos,
meu caro Washington! Os termos criados pelo companheiro Washington Rodrigues
ficaram na saudade.
Os lugares para os sucessores dos vascaínos Ramalho, o
homem do talo de mamão, e Dulce Rosalina; dos botafoguenses Tarzan e Russão;
dos tricolores Paulista, Bolinha, Sérgio Aiub e Careca; do rubro-negro Jaime de
Carvalho; dos banguenses Juarez e Amorim; e da americana Tia Ruth, não existem
mais. Vocês foram importantes personagens de uma bela história.
No nosso Maracanã, vivemos momentos de intensa emoção,
cujo cenário serão se eternizarão na memória de cada um de nós, testemunhas de
momentos mágicos: o primeiro título carioca no novo estádio conquistado pelo
Vasco ao vencer o América por 2 a 1, em 1950; o concurso de torcidas promovido pelo Jornal dos Sports, no
Fla x Flu do turno do campeonato carioca de 1951; a primeira e única partida de
Heleno de Freitas, no Maracanã, defendendo o América na derrota diante do São
Cristóvão por 3 a 1; o Palmeiras e o Fluminense serem, respectivamente, os campeões da I e II Taça Rio; em 1955, o
Flamengo ser o primeiro clube a conquistar um tricampeonato carioca no estádio;
a exibição de gala de Garrincha na final do campeonato carioca de 1957 contra o
Fluminense e os gols de Paulinho Valentim; o inédito supersuper de 1958 entre
Vasco, campeão, Botafogo e Flamengo; a brilhantíssima atuação de Julinho contra
a Inglaterra, em 1959; o América ser campeão estadual após 25 anos, em
1960; o gol de placa de Pelé contra o
Fluminense no Rio-São Paulo de 1961; o show de Garrincha contra o Flamengo na
decisão do campeonato estadual de 1962; o bicampeonato mundial do Santos, em
1963; a vitória do Bangu sobre o Flamengo no jogo final do campeonato estadual
de 1966; a extraordinária estreia do garoto Paulo César diante do América, na
Taça Guanabara de 1967; o 1000º gol de Pelé no jogo com o Vasco, no dia 19 de
novembro de 1969; as jogadas e os gols de Zico, maior artilheiro da era
Maracanã.
Tem muito mais. Hoje, vamos ficar por aqui. Prometemos
reviver alguns desses e outros momentos nos próximos dias.
Resta-nos o consolo das emoções vividas. A primeira, o
gol de Didi que ficará eternamente em
nossa lembrança. No jogo, os cariocas perderam para os paulistas por 3 a 1, mas
Didi escreveu, com os pés, seu nome na história: autor do primeiro gol no nosso
Maracanã.
Carlyle autografa a bola do jogo. Didi observa.
Gráfico dos gols da partida Paulistas 3 x Cariocas 1
Didi recebe o passe de Carlyle e marca o gol histórico
O Presidente da República Eurico Gaspar Dutra e o Prefeito Ângelo Mendes de Morais, os dois primeiros a partir da esquerda, sobem a rampa do Maracanã, no dia de sua inauguração.
Seleção paulista: em pé, Homero, Osvaldo Topete, Brandãozinho, Dema e Alfredo; agachados, Renato, Rubens, Ponce de Leon, Augusto e Brandãozinho II
Ernani e Ponce de Leon disputam o lance
Seleção carioca: em pé, Laerte, Ernani, Mirim, Wilson, Irani, Sula e Pastinha (massagista); agachados, Carlyle, Didi, Aloísio, Silas e Esquerdinha.
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