“Dá-lhe Rigoni”
No dia 11 de junho de 2018, o Jóquei Clube Brasileiro realizou mais uma
edição do Grande Prêmio Brasil. Desde a vitória do tordilho Mossoró, montado
por Justiniano Mesquita, em 1933, já se passaram 85 anos. O evento sempre é
muito especial para os amantes do turfe.
A história do mais importante evento do turfe brasileiro foi escrita por
grandes vencedores entre cavalos, jóqueis e treinadores. Nomes que se
eternizaram na nossa memória: Mossoró, Albatroz, Helíaco, Tirolesa, Ponte
Canet, Gualicho, El Arogonês, Mangagá; Justiniano Mesquita, Carlos Lavor,
Juvenal Machado, Osvaldo Ulhôa, Jorge Ricardo, Luiz Rigoni; Ernani de Freitas,
Alcides Morales, Osvaldo Feijó e tantos outros.
O momento me traz a lembrança o nome do maior jóquei de todos os tempos: Luiz
Rigoni. Nascido em 1926, em Curitiba, no Paraná, ele nos deixou em 3 de agosto
de 2006, em São Paulo, há exatamente 12 anos.
Desde garoto, Rigoni montava os cavalos de corrida de propriedade de seu
pai. Em 1941, apareceu pela primeira vez em público, no Paraná, montando a égua
Namorada, obtendo o 3º lugar.
Em 1943, Luiz Rigoni chegava ao Rio. Ainda aprendiz, recém chegado de sua
terra natal, o Paraná, já demonstrava as qualidades que mais tarde o elevaram
ao lugar de melhor jóquei brasileiro.
Sua primeira grande emoção foi à conquista do Grande Prêmio São Paulo, em
1948, com a égua Garbosa Bruleur, derrotando o famoso e invicto Helíaco. No ano
seguinte voltou a vencer a principal prova do turfe paulista com Saravan.
Lá pelos idos da metade dos anos 50 até o início da década seguinte
freqüentei o hipódromo Gávea e assisti memoráveis vitórias de Luiz Rigoni. Uma
está guardada até hoje na minha memória. Em 1954, Rigoni ganhou pela primeira
vez o Grande Prêmio Brasil com El Aragonês. Manteve-se em último até os 700
metros finais, quando iniciou uma atropelada que ficou na história do turfe
brasileiro. El Aragonês venceu Joiosa, conduzida por Emigdio Castillo, por meio
corpo.
Luiz Rigoni voltou a vencer o Grande Prêmio Brasil, em 1970 e 1971,
respectivamente, com Viziane e Terminal. Ele ficou conhecido como o “Homem do
violino”. Tinha o hábito de passar o chicote entre as orelhas de suas
montarias.
As apresentações de Rigoni eram acompanhadas pelos seus admiradores com
os gritos de “Dá-lhe Rigoni”. A música e o cinema o homenagearam com o tango
“Dá-lhe Rigoni” e o documentário mostrando sua vida.
Foto 03
Foto 04
Foto 10
Em entrevista a Veja, em 1984, Luiz Rigoni declarou “Todo homem que monta
em cavalo a quase 80 km/hora tem que ser respeitado. Afinal, se não houvesse
perigo, os páreos não seriam acompanhados por uma ambulância”.
F 01 – Admiradores de
Luiz Rigoni incentivavam o grande jóquei com o grito que ficou na história do
turfe brasileiro: “Dá-lhe Rigoni”.
F 02 – A chegada do
Grande Prêmio Brasil de 1954 com El Aragonês após sensacional atropelada.
Fotos 03 a 07 e 09 e 10
– Entrevistas de Luiz Rigoni à Revista do Esporte.
F 08 – Vista do
Hipódromo da Gávea, publicada pela Revista do Esporte, palco de inesquecíveis
apresentações de Luiz Rigoni.
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