quarta-feira, 10 de outubro de 2018





                                O “Massacre de Montevidéu”

Após ser campeão da Taça Rio, em 1952, no ano seguinte, o Fluminense disputou a Copa Montevidéu, na capital uruguaia. A competição realizada nos meses de janeiro e fevereiro reuniu além do tricolor carioca, as equipes uruguaias do Penãrol e Nacional, Botafogo, First Vienna da Áustria, Dínamo de Zagreb (antiga Iugoslávia), Colo-Colo do Chile e Presidente Hayes do Paraguai.

Na estréia, no dia 25 de janeiro de 1953, o Fluminense empatou com o First `Vienna por 1 a 1. Dois dias depois, o tricolor venceu o Presidente Hayes por 2 a 1.  Nos dois jogos seguintes  o Fluminense sofreu duas  derrotas: Peñarol 2 a 0 e Botafogo 2 a 1.

No dia 7 de fevereiro, o Fluminense ganhou do Colo-Colo por 3 a 0. Nas duas últimas partidas empatou de 0 a 0 com o Dínamo de Zagreb  e com o Nacional.

Os participantes da Copa Montevidéu terminaram a competição nas seguintes colocações:
Nacional – campeão com 13 pontos ganhos
Botafogo- vice-campeão com 11
Peñarol – 10
Frist Vienna e Fluminense – 7
Dínamo de Zagreb – 4
Colo-Colo -3
Presidente Hayes - 1

No último jogo, o Fluminense empatou com o Nacional de 0 a 0. A boa exibição tricolor irritou os uruguaios, que apelaram para a violência. Os jogadores brasileiros sofreram sérias agressões. Jair Santana nos contou o que aconteceu:

“O Fluminense jogou bem e endureceu o jogo. Eles partiram para a agressão e houve uma briga generalizada. Levei um soco com tanta violência que parecia um soco inglês. Um dente meu enterrou na gengiva, fiquei hospitalizado e quase não retornei com a delegação. Apanhamos muito. A nossa sorte é que o Castilho pegou uma espada, acho que de um policial, quebrou na baliza e partiu para dentro dos caras e nós conseguimos chegar ao vestiário.

Na volta ao hotel, fomos agredidos novamente com pedras no ônibus. Voltei e cheguei aqui no Brasil com o lábio arrebentado e minha boca toda inchada”.

No último jogo da Copa Montevidéu diante do Nacional o Fluminense atuou com Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair Santana, Edson (Emilson) e Bigode; Telê, Villalobos (Orlando), Marinho, Robson e Quincas.

O Nacional jogou com Paz, Santamaria e Holdaway; Carballo e Cruz; Souto (Zunine), Ambrois, Morel (Pereira), Perez e Enrico (Souto).

William Barnes, Rimel Latorre e Juan Castaldi formaram o trio de arbitragem.

F 01 – Time do Fluminense que estreou na Copa Montevidéu: em pé, Píndaro, Jair Santana, Edson, Bigode, Castilho e Duque; agachados, Telê, Orlando, Villalobos, Didi e Quincas.
F 02 – Momento em que Orlando é agredido com um soco pelo zagueiro Holdaway.
F 03 – Orlando se dirige a um policial após ser agredido.
F 04 – Castilho neutraliza a investida do ataque uruguaio.
F 05 – O “Pingo de Ouro” é examinado pelo Dr. Dourado Lopes na presença de Zezé Moreira.
F 06 – Didi, com o supercílio direito machucado, descansa após ser atendido.
F 07 – Marinho, com o curativo na orelha esquerda, já de volta ao hotel.
F 08 – Jair Santana com o lábio inferior ferido.
F 09 – Matéria publicada na revista Esporte Ilustrado sobre às agressões sofridas pelos jogadores do Fluminense.


                                                                           Foto 01


                                                                          Foto 02

                                      
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                                                                             Foto 09

Um comentário:

  1. Prezado José Rezende.

    Nós, tricolores, aguardamos ansiosamente o seu livro sobre o Fluminense Football Club, como os excelentes livros que você já tem publicados sobre o America e o Bangu.

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