O “Massacre de Montevidéu”
Após ser campeão da Taça Rio, em 1952, no ano
seguinte, o Fluminense disputou a Copa Montevidéu, na capital uruguaia. A
competição realizada nos meses de janeiro e fevereiro reuniu além do tricolor
carioca, as equipes uruguaias do Penãrol e Nacional, Botafogo, First Vienna da
Áustria, Dínamo de Zagreb (antiga Iugoslávia), Colo-Colo do Chile e Presidente
Hayes do Paraguai.
Na estréia, no dia 25 de janeiro de 1953, o
Fluminense empatou com o First `Vienna por 1 a 1. Dois dias depois, o tricolor
venceu o Presidente Hayes por 2 a 1. Nos
dois jogos seguintes o Fluminense sofreu
duas derrotas: Peñarol 2 a 0 e Botafogo
2 a 1.
No dia 7 de fevereiro, o Fluminense ganhou do
Colo-Colo por 3 a 0. Nas duas últimas partidas empatou de 0 a 0 com o Dínamo de
Zagreb e com o Nacional.
Os participantes da Copa Montevidéu terminaram
a competição nas seguintes colocações:
Nacional – campeão com 13 pontos ganhos
Botafogo- vice-campeão com 11
Peñarol – 10
Frist Vienna e Fluminense – 7
Dínamo de Zagreb – 4
Colo-Colo -3
Presidente Hayes - 1
No último jogo, o Fluminense empatou com o
Nacional de 0 a 0. A boa exibição tricolor irritou os uruguaios, que apelaram
para a violência. Os jogadores brasileiros sofreram sérias agressões. Jair
Santana nos contou o que aconteceu:
“O Fluminense jogou bem e endureceu o jogo.
Eles partiram para a agressão e houve uma briga generalizada. Levei um soco com
tanta violência que parecia um soco inglês. Um dente meu enterrou na gengiva,
fiquei hospitalizado e quase não retornei com a delegação. Apanhamos muito. A
nossa sorte é que o Castilho pegou uma espada, acho que de um policial, quebrou
na baliza e partiu para dentro dos caras e nós conseguimos chegar ao vestiário.
Na volta ao hotel, fomos agredidos novamente
com pedras no ônibus. Voltei e cheguei aqui no Brasil com o lábio arrebentado e
minha boca toda inchada”.
No último jogo da Copa Montevidéu diante do
Nacional o Fluminense atuou com Castilho, Píndaro e Pinheiro; Jair Santana,
Edson (Emilson) e Bigode; Telê, Villalobos (Orlando), Marinho, Robson e
Quincas.
O Nacional jogou com Paz, Santamaria e
Holdaway; Carballo e Cruz; Souto (Zunine), Ambrois, Morel (Pereira), Perez e
Enrico (Souto).
William Barnes, Rimel Latorre e Juan Castaldi
formaram o trio de arbitragem.
F 01 – Time do Fluminense que estreou na Copa Montevidéu: em pé,
Píndaro, Jair Santana, Edson, Bigode, Castilho e Duque; agachados, Telê,
Orlando, Villalobos, Didi e Quincas.
F 02 – Momento em que Orlando é agredido com um soco pelo zagueiro
Holdaway.
F 03 – Orlando se dirige a um policial após ser agredido.
F 04 – Castilho neutraliza a investida do ataque uruguaio.
F 05 – O “Pingo de Ouro” é examinado pelo Dr. Dourado Lopes na presença
de Zezé Moreira.
F 06 – Didi, com o supercílio direito machucado, descansa após ser
atendido.
F 07 – Marinho, com o curativo na orelha esquerda, já de volta ao hotel.
F 08 – Jair Santana com o lábio inferior ferido.
F 09 – Matéria publicada na revista Esporte Ilustrado sobre às agressões
sofridas pelos jogadores do Fluminense.
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![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieD0GiW_T5xjLoDhzj5NFrDxL8sbnJc6FzkkQnlpcyqJlpK91vDpRsGDNytHqtgzsk8RvbO6acKJ-ITPW4eA_5MRRyudvpXzke0_Nd-sN3daLfUZQdtGMpD4iB_mMuzh6H-dGtiB_4qdg6/s320/F+03+-+1953+-+Flu+0+x+Nacional+0+-+Massacre+de+Montevid%25C3%25A9u+-+Orlando+-+maior+v%25C3%25ADtima+-+1+-.jpg)
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Prezado José Rezende.
ResponderExcluirNós, tricolores, aguardamos ansiosamente o seu livro sobre o Fluminense Football Club, como os excelentes livros que você já tem publicados sobre o America e o Bangu.