sexta-feira, 30 de dezembro de 2016




                               A versão 76 da máquina do Dr. Horta 

                 Em fevereiro de 1976, com Didi no comando técnico, o Fluminense venceu o Torneio de Viña Del Mar, no Chile. Disputaram a competição além do tricolor carioca, os times chilenos do Union Española e do Everton. O tricolor carioca ganhou o primeiro jogo do Union Española por 1 a 0, gol do Doval, e empatou com o Everton de 0 a 0, conquistando o torneio.

                  Didi, que ficou no comando técnico do Fluminense até 8 de março de 1976, levou o tricolor ao 3º lugar no campeonato brasileiro de 1975. Fluminense, Cruzeiro, Internacional e Santa Cruz se classificaram como semifinalistas. Os gaúchos venceram os tricolores cariocas por 2 a 0, no Rio, e o Cruzeiro derrotou o Santa Cruz, no Recife, por 3 a 2.  Internacional e Cruzeiro decidiram o título, em Porto Alegre, e a equipe colorada com a vitória por 1 a 0 ficou com o título.

                 Jair Rosa Pinto voltou à direção técnica do Fluminense, substituindo Didi, em 10 de março de 1976, ficando até o dia 16 de junho do mesmo ano. Pinheiro dirigiu a equipe durante quatro dias até a chegada de Mário Travaglini, cuja permanência como técnico tricolor se estendeu até 9 de junho de 1977. Novamente, Pinheiro assumiu como treinador até o encerramento da temporada de 1977.

                 Nesse período vários jogadores deixaram às Laranjeiras independentemente do “troca-troca”: Assis e Silveira foram para o Esporte Clube Recife; Abel foi emprestado ao Vasco; o Coritiba comprou o passe de Wilton; Zé Maria e o goleiro Paulo Sérgio tiveram seus passes cedidos por empréstimo, respectivamente, ao Volta Redonda e ao CSA de Alagoas; e o zagueiro Pescuma, que atuou em apenas três ou quatro jogos, foi devolvido ao Corinthians dono de seu passe.

                 No primeiro ano de sua existência, a “máquina” tricolor se projetava internacionalmente, participando do famoso Torneio de Paris. Na oportunidade, o tricolor carioca terminou em 3º lugar.

                 Em 1976, já sob a direção técnica de Mário Travaglini, o Fluminense, com a nova versão da “máquina”, participou novamente do Torneio de Paris, realizando duas excelentes exibições que o levaram ao título. No dia 26 de junho, vencia o Paris Saint Germain por 2 a 0, gols de Rivelino, e dois dias depois derrotava a Seleção da Europa por 3 a 1 gols do alemão Bremmer, Paulo César, Doval e Carlos Alberto Torres (pênalti).

No dia 18 de julho de 1976, na 6ª rodada do 2º turno, Fluminense e Flamengo jogaram sob a arbitragem de Airton Vieira de Moares. Aos trinta e cinco minutos do 2º tempo, Carlos Alberto Torres fez falta em Merica e não aceitou a marcação de Sansão. Os dois discutiram e o árbitro expulsou o jogador do Fluminense. Paulo César e Pintinho reclamaram e também foram para o chuveiro.  
O tricolor ficou com oito jogadores. Logo que a partida recomeçou, Rivelino, após bater um tiro de meta, colocou a mão na coxa e seguiu para o vestiário, alegando dores na perna. A seguir, Rubens Galáxie abandonou o campo, dizendo-se contundido.
Sansão encerrou a partida, porque o Fluminense estava com apenas seis atletas, número inferior ao que a regra permite. O placar apontava o empate de 1 a 1, gols de Rivelino aos 19 minutos do 1º tempo e Paulinho aos 17 da fase final.
Transmitíamos o jogo pela Rádio América e recebemos a informação do companheiro Wilson Lucas que Sansão ofendera com palavrões os jogadores do Fluminense. Falamos que aquela atitude não era correta. Encontramos Airton, algumas semanas depois, em Ipanema. Fomos interpelados por ele que não concordava com as nossas observações sobre a sua atuação. Colocamos o microfone da emissora à sua disposição, dando-lhe o direito de resposta. Sansão não apareceu. A partida ficou conhecida como o Fla x Flu do “cai-cai”.
                 No dia 3 de outubro de 1976, mais de 127 mil pagantes compareceram ao Maracanã para assistir a decisão entre Fluminense e Vasco, em igualdade de condições com dois pontos perdidos cada um. O tempo normal de jogo terminou 0 a 0. Na segunda fase da prorrogação, aos 13 minutos, Pintinho cabeceia e a bola sobe na pequena área entre Abel e Doval. O gringo toca de cabeça e faz o gol do bicampeonato.

                 No campeonato brasileiro, que se estendeu de 29 de agosto a 12 de dezembro de 1976, o Fluminense realizou boa campanha, chegando às semifinais com o Atlético Mineiro, Corinthians e Internacional.

                 O dia da partida contra o Corinthians, dirigido por Duque, ficou conhecido como o da “invasão corintiana”. Viam-se integrantes da fiel torcida alvinegra paulista em várias partes da cidade. A Quinta da Boa Vista se transformou num Ibirapuera e Copacabana era a praia dos paulistas. O tempo chuvoso conspirou contra os tricolores. O gramado escorregadio impediu que o Fluminense desenvolvesse o seu futebol mais técnico.

                 O tempo normal terminou com o empate de 1 a 1. Na série de penalidades máximas, o Corinthians venceu por 4 a 2 e foi decidir, em Porto Alegre, com o Internacional que vencera o Atlético Mineiro, também na capital gaúcha, por 2 a 1. O time colorado ganhou por 2 a 0 e se sagrou bicampeão brasileiro. 


 
A "máquina" tricolor versão 1976: em pé, Renato, Carlos Alberto, Pintinho, Miguel, Edinho e Rodrigues Neto; Gil, Paulo César, Rivelino, Doval e Dirceu.
 
 
Na estreia diante do Bayer, Paulo César salta com o grande goleiro Mayer.

 
Didi, no campo de Álvaro Chaves, quando dirigiu a "máquina" do Dr. Horta.

 
Jair, o "Jajá de Barra Mansa" comanda um treino nas Laranjeiras.

 
Carlos Alberto Torres com o lindo Troféu do Torneio de Paris.

 
No Fla x Flu do "cai-cai", vemos o momento em que Sansão expulsa Paulo César e Pintinho. A partir da esquerda, vemos Rodrigues Neto, o repórter Wilson Lucas, Didi, Paulo César, Sansão, Rivelino, Gil e Rubens Galáxie.

 
Doval vibra após marcar o gol do título do bicampeonato estadual de 1976
 

 
Carlos Alberto, Rivelino, Gil e Doval festejam o gol do título do bicampeonato.

 
A volta olímpica dos bicampeões estaduais
 
 
A charge de Kleber Guimarães, idealizador, e Rubens A. Sixel, desenhista, referente a "máquina" tricolor versão 1976. 

 
Na semifinal do campeonato brasileiro de 1976 com o Corinthians, o estado do gramado prejudicou muito a equipe do Fluminense, superior tecnicamente ao adversário.
 

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