Encontro com Cláudio Magalhães
Ontem, dia 11 de julho de 2013, encontrei Cláudio
Magalhães. Para os mais novos, ele foi um dos principais árbitros cariocas na
década de 60. Parei, olhei bem para ele e exclamei: “Cláudio Magalhães!” Ele me olhou, demonstrando não estar me
reconhecendo. Completei: “Você não está se lembrando de mim.” Ele confessou que
não.
À medida que dava minhas referências, Cláudio foi se
emocionando: “Você me viu apitar?”. Respondi:
“Não só vi, como narrei muitos jogos
dirigidos por você.” O papo seguiu, acompanhado por minha mulher Annalúcia.
Recordei de duas partidas marcantes nas nossas carreiras.
As duas em 1963, quando iniciava minha trajetória no rádio esportivo, na Emissora
Continental.
Escalado para acompanhar a partida entre Canto do Rio e
Portuguesa, lá fui eu para o Estádio Caio Martins, em Niterói. O árbitro era
Cláudio Magalhães. A equipe visitante jogava melhor e os adversários começaram
a apelar para as jogadas ríspidas. Cláudio expulsou Procópio e Nogueira.
Dirigentes e reservas do Canto do Rio invadiram o campo,
a polícia se omitiu e Cláudio foi covardemente agredido. Informei o que estava acontecendo.
Alguns torcedores que ouviam a Continental, me identificaram e tentaram me agredir.
Terminado o jogo, a Portuguesa venceu por 2 a 0, encerrei a minha participação na jornada
esportiva e me dirigi ao vestiário da Portuguesa. Horas depois, saí com Lourival Lorenzi, técnico da lusa, que era militar.
Na decisão do campeonato brasileiro de seleções, em 1963, Cláudio Magalhães foi um dos auxiliares do árbitro mineiro Joaquim Gonçalves. Os mineiros venceram os cariocas por 2 a 1 e se sagraram campeões brasileiros.Cláudio Magalhães, em 1963, quando integrava o quadro de árbitros da Federação de Futebol do Rio de Janeiro.
Na decisão do campeonato estadual de 63, assisti o Fla x
Flu decisivo, na cabine da Continental, ao lado do grande Clóvis Filho. Cláudio Magalhães,
árbitro da final, teve uma excelente atuação, auxiliado por Gualter Portela
Filho e Waldemar Meireles. O 0 a 0 deu o título ao Flamengo.
As lembranças por mim relatadas e tê-lo reconhecido
sensibilizaram Cláudio Magalhães, que além de falar sobre os dois fatos, falou
sobre sua passagem como técnico da Portuguesa, em 1959, além de citar os nomes
de vários colegas que integravam o Departamento de Árbitros da Federação de
Futebol.
Com 88 anos, Cláudio mantém um físico atlético, herdado
da saudável juventude dedicada ao esporte. Quando nos despedimos, ele
carinhosamente, com os olhos marejados, disse: “Fica com Deus e com ela”.
Parabéns pela iniciativa, José Rezende!
ResponderExcluirBeleza de trabalho, vamos em frente!
Abraços do
Cesar Oliveira
www.livrosdefutebol.com
Grande TiBi
ResponderExcluirHoje já com 93 anos, o TiBi(Cláudio Magalhães) mantém a mesma lucidez, pessoa de ímpar caráter e cordialidade.
ResponderExcluirgrande tibi, alem de ser técnico de futebol, foi presidente da federação carioca de fisiculturismo, alem de juiz do mesmo.
ResponderExcluirHugo Faria
ex competidor de fisiculturismo
Tive o prazer de conhecê-lo,um ser humano maravilhoso, com muita experiência na área de fisiculturismo
ResponderExcluirFoi um excelente árbitro uma pessoa incrível: humano, sensível, bom caráter, sociável, inteligente, e outros predicados que o faziam querido por todos. Infelizmente, faleceu ontem, 18 de junho de 2021, requisitado pelo todo Poderoso para enriquecer o Paraíso com mais uma alma impoluta.
ResponderExcluirGrande Tibi! Esse vai ficar pra sempre na memória dos cariocas. Na década de 80 eu treinava com ele na academia da Rua Figueiredo Magalhães. Saudades!
ResponderExcluirRicardo Goulart
Olá Ricardo, morei muitos anos em Copacabana, na Rua Raimundo Correia, n° 34, exatamente em cima da Academia Guanabara, que eu frequentava. O Cláudio era um tremendo boa praça, nunca mais esqueci dele, educado e atencioso com todos que conhecia.
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