sexta-feira, 12 de julho de 2013

Encontro com Cláudio Magalhães


                                         Encontro com Cláudio Magalhães

            Ontem, dia 11 de julho de 2013, encontrei Cláudio Magalhães. Para os mais novos, ele foi um dos principais árbitros cariocas na década de 60. Parei, olhei bem para ele e exclamei: “Cláudio Magalhães!”  Ele me olhou, demonstrando não estar me reconhecendo. Completei: “Você não está se lembrando de mim.” Ele confessou que não.
            À medida que dava minhas referências, Cláudio foi se emocionando:  “Você me viu apitar?”. Respondi:  “Não só vi, como narrei muitos jogos dirigidos por você.” O papo seguiu, acompanhado por minha mulher Annalúcia.
            Recordei de duas partidas marcantes nas nossas carreiras. As duas em 1963, quando iniciava minha trajetória no rádio esportivo, na Emissora Continental.  
            Escalado para acompanhar a partida entre Canto do Rio e Portuguesa, lá fui eu para o Estádio Caio Martins, em Niterói. O árbitro era Cláudio Magalhães. A equipe visitante jogava melhor e os adversários começaram a apelar para as jogadas ríspidas. Cláudio expulsou Procópio e Nogueira.
            Dirigentes e reservas do Canto do Rio invadiram o campo, a polícia se omitiu e Cláudio foi covardemente agredido. Informei o que estava acontecendo. Alguns torcedores que ouviam a Continental, me identificaram e tentaram me agredir.
           Terminado o jogo, a Portuguesa venceu por 2 a 0, encerrei a minha participação na jornada esportiva e me dirigi ao vestiário da Portuguesa. Horas depois, saí com Lourival Lorenzi, técnico da lusa, que era militar.
 Na decisão do campeonato brasileiro de seleções, em 1963, Cláudio Magalhães foi um dos auxiliares do árbitro mineiro Joaquim Gonçalves. Os mineiros venceram os cariocas por 2 a 1 e se sagraram campeões brasileiros.

Cláudio Magalhães, em 1963, quando integrava o quadro de árbitros da Federação de Futebol do Rio de Janeiro.

            Na decisão do campeonato estadual de 63, assisti o Fla x Flu decisivo, na cabine da Continental, ao lado do grande Clóvis Filho. Cláudio Magalhães, árbitro da final, teve uma excelente atuação, auxiliado por Gualter Portela Filho e Waldemar Meireles. O 0 a 0 deu o título ao Flamengo.
            As lembranças por mim relatadas e tê-lo reconhecido sensibilizaram Cláudio Magalhães, que além de falar sobre os dois fatos, falou sobre sua passagem como técnico da Portuguesa, em 1959, além de citar os nomes de vários colegas que integravam o Departamento de Árbitros da Federação de Futebol.
            Com 88 anos, Cláudio mantém um físico atlético, herdado da saudável juventude dedicada ao esporte. Quando nos despedimos, ele carinhosamente, com os olhos marejados, disse: “Fica com Deus e com ela”.

                                        

8 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa, José Rezende!
    Beleza de trabalho, vamos em frente!
    Abraços do
    Cesar Oliveira
    www.livrosdefutebol.com

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  2. Hoje já com 93 anos, o TiBi(Cláudio Magalhães) mantém a mesma lucidez, pessoa de ímpar caráter e cordialidade.

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  3. grande tibi, alem de ser técnico de futebol, foi presidente da federação carioca de fisiculturismo, alem de juiz do mesmo.


    Hugo Faria
    ex competidor de fisiculturismo

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  4. Tive o prazer de conhecê-lo,um ser humano maravilhoso, com muita experiência na área de fisiculturismo

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  5. Foi um excelente árbitro uma pessoa incrível: humano, sensível, bom caráter, sociável, inteligente, e outros predicados que o faziam querido por todos. Infelizmente, faleceu ontem, 18 de junho de 2021, requisitado pelo todo Poderoso para enriquecer o Paraíso com mais uma alma impoluta.

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  6. Grande Tibi! Esse vai ficar pra sempre na memória dos cariocas. Na década de 80 eu treinava com ele na academia da Rua Figueiredo Magalhães. Saudades!

    Ricardo Goulart

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    1. Olá Ricardo, morei muitos anos em Copacabana, na Rua Raimundo Correia, n° 34, exatamente em cima da Academia Guanabara, que eu frequentava. O Cláudio era um tremendo boa praça, nunca mais esqueci dele, educado e atencioso com todos que conhecia.

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